Recentemente, três grandes bancos dos EUA – Silvergate Bank, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank – fecharam suas portas após sofrerem corridas por depósitos. A queda dessas instituições pode criar um efeito cascata tanto em grandes bancos dos EUA quanto em bancos regionais menores.
E o problema não está concentrado apenas no país da América do Norte.
O Credit Suisse, banco global com sede na Suíça e que opera em diversos países ao redor do mundo, tem enfrentado vários escândalos ao longo da última década envolvendo alegações de espionagem corporativa, evasão fiscal, má conduta, lavagem de dinheiro e sanções econômicas.
Esses problemas têm afetado a confiança dos investidores no banco e levaram a uma queda nas ações do Credit Suisse. No dia 15 de março de 2023, o banco sofreu um recuo de 14% em suas ações, depois que seu maior acionista anunciou que não investiria mais dinheiro na empresa devido a preocupações regulatórias.
Para tentar amenizar as preocupações sobre sua saúde financeira, o Credit Suisse anunciou que iria tomar emprestado até 50 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 54 bilhões) do Banco Nacional Suíço. Logo após, ele teve que ser comprado por um concorrente, o UBS, para não quebrar.
Há um risco sistêmico real, ou seja, possibilidade que a situação possa desencadear uma reação em cadeia e levar ao colapso de outras instituições financeiras e do sistema financeiro como um todo, em dimensões globais.
O problemas bancários não são novos, mas a quebra de bancos importantes podem ter feito ficar mais difícil esconder a sujeira debaixo do tapete…
Essa situação pode ser comparada à crise financeira global de 2008, quando vários bancos faliram ou foram resgatados pelo governo. Na época, muitos investidores perderam a confiança nas instituições financeiras tradicionais e procuraram alternativas mais seguras para armazenar seu dinheiro.
Foi nesse contexto que surgiu o Bitcoin. Como uma criptomoeda descentralizada, ele foi criado para não ser controlado por nenhum governo ou instituição financeira. Isso significa que ele não está sujeito às mesmas flutuações e incertezas que as moedas fiduciárias.
Assim, mesmo que haja políticas expansionistas, resgate a bancos ou programas de auxílios indevidos, o valor do Bitcoin não será afetado negativamente, como as moedas estatais.
O Bitcoin tem um suprimento limitado, o que significa que não pode ser, então, inflacionado como as moedas fiduciárias. Isso pode torná-lo uma opção mais estável em tempos de incerteza financeira.
Além do fator racional e provado com linhas de código, é importante levarmos em conta também um fator emocional. Quando os investidores perdem a confiança nas instituições financeiras tradicionais, eles podem procurar alternativas mais seguras para armazenar seu dinheiro. O Bitcoin tem uma boa oportunidade para mostrar que é uma dessas alternativas.
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Ao contrário das contas bancárias tradicionais, as carteiras de Bitcoin são controladas apenas pelo seu proprietário. Isso significa que, mesmo se um banco falir ou sofrer uma corrida por depósitos, os fundos armazenados em uma carteira de Bitcoin ainda estarão seguros.
Além disso, como o Bitcoin é negociado globalmente e não está vinculado a nenhum país ou economia específica, ele pode oferecer proteção contra flutuações cambiais e incertezas econômicas locais.
Não vamos deixar de ser honestos e, por isso, temos que admitir que investir em Bitcoin apresenta riscos e volatilidade. O valor do Bitcoin pode flutuar significativamente em curtos períodos de tempo. Isso pode tornar difícil para os usuários planejar suas finanças ou tomar decisões informadas sobre investimentos.
Outra desvantagem potencial é a falta de proteção ao consumidor. Como o Bitcoin não é controlado por nenhum governo ou instituição, não há garantias ou proteções para os usuários em caso de perda ou roubo de fundos. Isso significa que os usuários precisam tomar medidas adicionais para garantir a segurança de suas carteiras de Bitcoin e proteger seus fundos. Este é um preço da descentralização.
Esses são apenas alguns dos riscos e desafios associados ao uso do Bitcoin em tempos de incerteza financeira. É importante que os usuários pesquisem cuidadosamente antes de decidir investir em Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda.
No entanto, para aqueles dispostos a assumir esses riscos em busca de maior segurança financeira em tempos incertos, o Bitcoin pode oferecer várias vantagens práticas.
Além do que já foi dito, as transações com Bitcoin são rápidas e fáceis de realizar. Mais que isso, as taxas associadas às transações com Bitcoin geralmente são menores do que as cobradas pelas instituições financeiras tradicionais.
Por fim, vale a pena refletir que, desde a semana passada, foram mais três bancos que pararam de funcionar de forma pouco esperada.
Já a rede Bitcoin continua a funcionar sem problemas e como o planejado, a mais de dez anos sem parar…
Você prefere confiar no Bitcoin ou em bancos?
Sobre o autor
Fabrício Santos possui MBA em Engenharia Econômica, é Product Manager e atua como Coordenador de Educação da Criptomaníacos, contribuindo no setor de conteúdo, produto e pesquisa da empresa desde 2019