Um homem que foi preso na quarta-feira (12) e confessou ser responsável pela autoria de um atentado à bomba em Rondonópolis, no Mato Grosso, disse à Polícia Civil que seu objetivo era extorquir uma rede de supermercados em R$ 300 mil, que seriam pagos em Bitcoin.
Segundo os investigadores, durante o depoimento, o autor do atentado disse que sua intenção era colocar as criptomoedas em um serviço de mixing, para dificultar o rastreio dos endereços públicos até ele.
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O caso teve início no dia 4 de abril, quando o serviço de atendimento ao consumidor de uma rede de supermercados recebeu mensagens por aplicativo de uma pessoa que se dizia ser ‘membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência’.
A pessoa exigia o pagamento de R$ 300 mil em Bitcoin, sob pena de um ataque contra as lojas da empresa.
No mesmo dia, por volta das 18h, em uma das lojas da rede, localizada no bairro Vila Operária, houve a detonação de um artefato explosivo, que causou lesão corporal grave em duas pessoas, sendo uma delas uma criança de sete anos, além de lesões em outros clientes.
Após detonar a primeira bomba, o autor da mensagem fez novo contato com o atendimento ao consumidor da empresa exigindo, novamente, o pagamento sob ameaça de um novo ataque.
A empresa entrou em contato com a Polícia Civil, que orientou o imediato fechamento preventivo das lojas da rede de supermercado. Em uma delas, no bairro Jardim Tropical, foi localizado outro artefato explosivo.
A Polícia Civil acionou as unidades especializadas – Gerência de Operações Especiais e BOPE para desarme e detonação.
As equipes especializadas atestaram que se tratava de artefato explosivo bem elaborado, com acionamento por mecanismo eletrônico de detonação à distância.
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Identificação do suspeito
Durante as investigações, as equipes conseguiram identificar, primeiramente, o veículo usado no crime. A partir dessa informação, a Polícia Civil chegou ao proprietário do veículo.
Na quarta-feira (12), as autoridades cumpriram o mandado na residência do suspeito, que tem 33 anos. No local foram apreendidos objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos, como pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, além da motocicleta e outros objetos usados no crime.
O autor é barbeiro, não possui passagens policiais e confessou a autoria do crime. Conforme a apuração da Polícia Civil, ele planejou meticulosamente o crime e deu detalhes sobre a execução.
A investigação apontou que, em outubro do ano passado, ele deu início ao projeto, com a compra de equipamentos para as bombas, escolha da vítima e planejamento operacional, como o estudo de câmeras de segurança e rotas de fuga.
No dia 04 de abril, ele foi até a loja da rede de supermercado e fez o acionamento do dispositivo, após a recusa do proprietário no pagamento da extorsão.
Acionamento das bombas
Durante interrogatório, o homem alegou que há mais de 15 anos tem noção de manuseio de explosivos e que fabricava bombas caseiras. Disse que, no ano passado, teve a ideia de causar prejuízos materiais em “quem tem muito dinheiro” e a rede de supermercado foi a primeira que veio em sua mente.
O autor do crime disse ainda que, em 31 de março, por volta das 8h, colocou a primeira bomba no supermercado da Vila Operária. Após uns 30 minutos, o investigado colocou a segunda bomba na loja do Jardim Tropical.
O criminoso relatou ainda que o prazo do pagamento da extorsão era até o final da tarde do dia 4 de abril. Passado o prazo, ele foi de motocicleta ao supermercado, parou a aproximadamente 60 metros do local e acionou a bomba por controle remoto.
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