Agentes do Serviço de Investigação Criminal de Angola (SIC) desmantelaram na última terça-feira (23) duas fazendas consideradas ilegais de mineração de Bitcoin e prenderam sete chineses. A ação ocorre dias após o governo angolano proibir a atividade com criptomoedas e a embaixada da China alertar seus cidadãos que vivem no país.
A operação, comandada pelo Direção Nacional de Combate aos Crimes Financeiros e Fiscais, órgão do Ministério do Interior, aconteceu nas cidades de Viana e Belas após uma denúncia anônima.
Um dos locais funcionava no interior de uma fábrica de blocos de cimento e o outro alvo operava dentro de uma fábrica de baterias, onde era realizada mineração ilícita de criptomoedas. Com os presos, que têm entre 26 e 56 anos, foi apreendida uma arma de fogo, dois veículos e seus passaportes e celulares, afirma o site Angola 24 Horas.
“Foram apreendidas as instalações e todos os processadores usados para esta atividade. O SIC vai continuar implacável contra esse tipo de atividade”, disse em vídeo Manuel Halaiwa, o responsável pela comunicação do SIC, afirmando que a agência intensificou a suas operações após a nova lei que proíbe a mineração ser sancionada.
Ele disse que nessas duas operações, os mineradores instalaram postes de transformação de energia elétrica que era por eles mesmo manejados para suprir “pavilhões com um sistema de refrigeração das mineradoras de Bitcoin, com um alto consumo de energia”.
Agora os chineses podem responder a crimes previstos na lei 03/2024, sancionada em 10 de abril, bem como ser responsabilizados por furto de energia eléctrica, exercício ilegal de atividade econômica e associação criminosa.
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Angola proíbe mineração de criptomoedas
Desde o dia 10 de abril deste ano, quem minerar em Angola qualquer criptomoeda ou possuir dispositivos para esse tipo de atividade estará sujeito a até 12 anos de prisão, conforme prevê a nova lei, justificada pelo Parlamento pela necessidade de proteção do sistema de energia elétrica do país.
Na semana passada, a nova lei angolana foi repercutida pela Embaixada da China sob um alerta aos chineses que vivem no país sul-africano que relembrou que a mesma iniciativa foi tomada no país, justificando que envolver-se em negócios relacionados a moedas virtuais é um comportamento financeiro “ilegal”.
“O governo angolano também reprimiu esta questão. Desde o ano passado, vários cidadãos chineses em Angola foram responsabilizados legalmente por participarem em ‘mineração’ virtual e suspeitos de uso ilegal de electricidade”, alertou o órgão.
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