Imagem da matéria: Alguém ficou milionário usando um equipamento de mineração de bitcoin de US$ 220; entenda
Rig usada pelo minerador sortudo (Foto: Reprodução/Twitter)

Em menos de 15 dias um fenômeno bastante improvável ocorreu três vezes: um minerador solo conseguiu adicionar sozinho um bloco na blockchain do Bitcoin.

Nos níveis atuais de força computacional exigida pela rede, uma estimativa é de que a chance de isso ocorrer para alguém utilizando um média de 100 TH/s (terahashes por segundo), é uma a cada 27 anos — isso se o minerador deixar a máquina ligada todos os dias, pagando a energia elétrica utilizada.

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Nesta segunda-feira (24) o criador do pool de mineração Solo CK, Con Kolivas, informou no Twitter que mais uma vez um membro do grupo teve a sorte de adicionar um bloco sozinho.

O minerador conseguiu adicionar o bloco 720,175 à blockchain utilizando um poder computacional de apenas 86 TH/s (terahashes por segundo). Além da recompensa padrão de 6.25 BTC por bloco minerado, o usuário também recebeu as taxas das transações, resultando num lucro total de 6.55800548 BTC.

Na atual cotação da criptomoeda, a quantia equivale a US$ 218 mil, ou cerca de R$ 1,1 milhão.

A Marathon, maior empresa de mineração de bitcoin do mundo, aplica 3.5 exahashes por segundo para minerar bitcoin – sendo que um exahash equivale a um milhão de terahashes.

No caso desta segunda, o minerador conseguiu adicionar o bloco usando 0,002% da força que a empresa utiliza para fazer a mesma tarefa.

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A máquina usada

O minerador publicou uma mensagem no fórum do Solo CK, mantendo seu anonimato, mas comemorando o acontecimento e agradecendo Kolivas por ter criado o pool.

Ele também divulgou uma foto de sua rig (termo para o maquinário usado na mineração) e da tela do seu computador com o CGMiner (software que faz a mineração).

Ele disse que sua máquina possui nove unidades do Gekkoscience Compaq F USB, responsáveis por resolver o bloco. Trata-se de pequenos equipamentos para mineração, parecidos com um pen drive, que são colocados via entradas USB nos computadores, conforme é possível visualizar na imagem abaixo:

Rig usada pelo minerador (Foto: Reprodução/Twitter)
Rig usada para minerar o bloco de bitcoin (Foto: Reprodução/Twitter)

De acordo com o site Bitcoin Merch, cada Gekkoscience Compaq F USB vale US$ 220, cerca de R$ 1,2 mil. O minerador deve ter gasto cerca de R$ 10,8 mil para construir sua rig, sem levar em conta o custo dos outros equipamentos que aparecem na imagem, como o hub USB e ventiladores.

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Gekkoscience Compaq F USB
Gekkoscience Compaq F USB (Fonte: Bitcoin Merch)

Chances: um bloco a cada 27 anos

Para se ter uma ideia do quão sortuda a pessoa foi: em um dos eventos recentes, um minerador do Solo CK conseguiu adicionar um bloco utilizando 126 TH/s. Com essa força computacional, Kolivas disse existir uma chance em dez mil de encontrar um bloco por dia ou, em média, um bloco a cada 27 anos.

No caso dessa segunda, o minerador usou uma força bem menor que a do exemplo citado (86 TH/s contra 126 TH/s, uma queda de 31% na força computacional).

Maré de sorte no Solo CK

O Solo CK é diferente dos pools de mineração tradicionais que repartem de forma igualitária as recompensas entre todos os participantes quando um bloco é encontrado. Nas raras ocasiões em que um minerador independente do Solo CK encontra um bloco, a recompensa fica toda para ele.

A maré de sorte por lá começou no dia 11 de janeiro, com o bloco 718.124 Depois, no dia 13 de janeiro, outro participante do Solo CK conseguiu solucionar o bloco 718.379 com uma capacidade de apenas 116 EH/s, menos do que o primeiro minerador.

De acordo com Kolivas, o segundo minerador havia entrado para o Solo CK há apenas dois dias, “provavelmente em resposta ao outro sortudo solucionador de blocos, então foi astronomicamente sortudo em solucionar um bloco sozinho durante esse tempo”.

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Ele acrescentou que, no que diz respeito ao segundo minerador, as chances de encontrar um novo bloco no pool eram de uma em seis mil desde o momento em que começou a minerar.

Acontecimento único na vida

Após o primeiro episódio de sorte desse ano, em resposta a um usuário do Twitter que perguntou quão frequente é para alguém com um poder computacional tão baixo resolver um bloco de bitcoin, Kolivas explicou:

“Para o minerador envolvido, é uma chance única na vida. A última vez que um minerador tão pequeno resolveu um bloco no meu pool foi há apenas um ano. Geralmente são mineradores maiores que resolvem blocos estatisticamente, mas não há razão para que até mesmo o menor minerador não consiga resolver um”.

última vez que um minerador do Solo CK havia encontrado um bloco antes dessa maré foi em 2 de julho de 2021. Naquele época, o usuário anônimo incluiu o bloco 689.382 na rede usando apenas 100 TH/s, um poder computacional.

Sem truques

Kolivas ressaltou que tudo não passa de sorte e probabilidades.

“Não há nada de errado com o proof of work [consenso utilizado na rede do Bitcoin para aprovação de blocos], o bitcoin não esta quebrado e meu serviço de mineração não tem uma porta dos fundos para resolver blocos mais rapidamente”, disse.

O empreendedor ressaltou que “com um número suficiente de mineradores, alguém eventualmente vai resolver um bloco e pode ser alguém de qualquer tamanho”.

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