Um dos policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido no Aeroporto Internacional de Guarulhos, teria um montante “assustador” em criptomoedas, segundo os investigadores. Eles, no entanto, não detalharam quais ativos compõem o valor ou como estão armazenados. A informação é do portal Metrópoles.
O acusado de possuir essas criptomoedas, cabo Denis Martins, afirma que não estava no local quando Gritzbach foi assassinado a tiros de fuzil. Porém, os investigadores dizem ter certeza que ele é um dos homens que aparecem nos vídeos das câmeras de segurança. Os investigadores querem agora reforçar a tese por meio de material genético colhido no carro usado para o crime.
A suspeita é que pelo menos parte da quantia de criptomoedas é pagamento pela morte do delator do PCC.
Assassinato no aeroporto
O número de detidos por envolvimento no caso chega a 26 pessoas, sendo 17 PMs, cinco policiais civis e outras quatro pessoas relacionadas ao homem apontado como olheiro do crime, que está foragido. O homicídio ocorreu no dia 8 de novembro do ano passado.
O caso é investigado por uma força-tarefa, que inclui o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as corregedorias das polícias civil e militar.
A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP), delegada Ivalda Aleixo, informou que a polícia tem duas linhas “bastante adiantadas” de investigação para identificar o mandante da execução de Gritzbach. Ambas apontam para membros do PCC.
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Vinícius Lopes Gritzbach, acusado de lavagem de dinheiro e de ter mandado matar duas pessoas do Primeiro Comando da Capital (PCC), fez um acordo de delação com o Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo em março de 2024. Segundo a promotoria, na colaboração para atenuar a pena, o réu citou agentes públicos.
O conteúdo da delação é sigiloso, mas, em outubro do ano passado, o MP encaminhou à Corregedoria da Polícia Civil trechos do documento, em que o delator denuncia policiais civis por extorsão. Em 31 de outubro ele foi ouvido na Corregedoria, oito dias antes de ser morto. Gritzbach também delatou um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pelo PCC.
Sumiço das criptomoedas
Entre os motivos para a morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, está uma disputa ligadas a investimentos em criptomoedas.
Em 2022, Gritzbach recebeu US$ 100 milhões (cerca de R$ 547 milhões) do PCC para investir em criptomoedas. No entanto, ele sumiu com o dinheiro, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
O empresário recebeu os valores de dois homens ligados ao PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, apelidado de Sem Sangue.
Depois de receber o pagamento, Gritzbach teria ordenado a execução dos dois, resultando na morte de Cara Preta e de Sem Sangue, seu motorista.
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