Imagem da matéria: A semana no CriptoTwitter: Ucrânia cancela airdrop e OpenSea bane usuários do Irã
Foto: Shutterstock

Conforme a guerra na Ucrânia entrou em sua segunda semana, o Twitter provou ser tanto uma fonte inestimável de informações como uma ótima ferramenta de arrecadação para iniciativas humanitárias e de defesa.

Foi por meio do Twitter que o governo ucraniano começou a pedir doações em Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Tether (USDT) – uma iniciativa de financiamento coletivo que, até agora, já arrecadou US$ 60 milhões.

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Na quarta-feira (2), Mykhailo Federov, o vice-primeiro-ministro da Ucrânia, tuitou que “Dogecoin excedeu o rublo russo em valor” e que “agora, até memes podem apoiar nosso exército”.

No mesmo dia, a página oficial da Ucrânia no Twitter anunciou um “airdrop” (distribuição gratuita de tokens) para todos que haviam doado criptomoedas à resistência.

Um “snapshot” (registro do estado da blockchain a uma altura específica de bloco) seria obtido na quarta-feira, supostamente para registrar todos os endereços que haviam enviado doações, mas havia poucos detalhes sobre a atividade.

Na quinta-feira (3), Fedorov anunciou que o airdrop havia sido cancelado, acrescentando: “Em vez disso, vamos anunciar NFTs para apoiar as Forças Armadas Ucranianas em breve. NÃO TEMOS planos de emitir tokens fungíveis [que são diferentes de NFTs exclusivos, pois podem ser substituídos por outros itens idênticos, como moedas digitais]”.

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O podcaster cripto Cobie tuitou que essa foi “a maior puxada de tapete da história”, referindo-se ao golpe de “rug pull”, um esquema de saída no qual uma empresa solicita fundos das pessoas apenas para sumir de repente, sem cumprir com promessas (geralmente, na forma de uma distribuição de tokens).

Federov ainda não ofereceu detalhes sobre qual tipo de tokens não fungíveis (NFT) o governo ucraniano irá lançar, mas uma organização autônoma descentralizada (DAO) já fez isso.

Na semana passada, um grupo de ativistas, incluindo Nadya Tolokonnikova, fundadora do grupo punk “Pussy Riot” de protesto à Rússia, se uniu para formar uma DAO para apoiar ONGs que auxiliam cidadãos ucranianos durante a guerra.

Uma das primeiras iniciativas da Ukraine DAO foi leiloar um NFT da bandeira ucraniana. O leilão foi encerrado na última quarta-feira e arrecadou 2,250 ETH (cerca de US$ 6,75 milhões no momento da venda).

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Parte do debate cripto em torno do conflito entre Rússia e Ucrânia é sobre a possibilidade de oligarcas russos usarem cripto para contornar sanções.

No dia 27 de fevereiro, Fedorov pediu para que todas as corretoras de criptomoedas banissem usuários russos – uma iniciativa que obteve apoio total da ex-candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton. Apesar disso, Binance e Kraken negaram imediatamente realizar um bloqueio total.

A Coinbase demorou um pouco mais para responder, mas o posicionamento foi parecido. O CEO Brian Armstrong publicou uma série de tuítes explicando por que não acreditava que a Rússia poderia usar cripto de forma significativa para escapar de sanções, pois blockchains são registros públicos e, por isso, são completamente rastreáveis.

Armstrong também se negou a proibir usuários russos: “Alguns cidadãos russos estão usando cripto como um salva-vidas agora que sua moeda [o rublo russo] entrou em colapso. Muitos deles provavelmente se opõem ao que seu país está fazendo e uma proibição também iria afetá-los”.

Sanções ao Irã

Na quinta-feira (3), entusiastas iranianos de NFTs descobriram que haviam sido banidos do mercado OpenSea.

O criador de NFTs “Bornosor” tuitou: “Acordei e minha conta de negociação no OpenSea foi desativada/deletada sem notificações ou explicações. Estou vendo muitos relatos parecidos de outros artistas e colecionadores iranianos. O que diabos está acontecendo? O OpenSea está realmente expulsando usuários com base em seu país agora?”.

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Amir Soleymani, dono do Adelia Art Gallery em Liverpool, na Inglaterra, destacou o fato de que a proibição a usuários iranianos do OpenSea era um exemplo de como a indústria NFT não possui “um mercado realmente descentralizado”.

Ele tuitou: “Aqueles que desejam evitar sanções irão fazê-lo independente [do banimento] e esse tipo de sanção contra cidadãos não vai funcionar de forma alguma”.

Na quinta-feira, um representante do OpenSea confirmou ao Decrypt que a proibição foi aplicada porque o Irã está incluso na lista de sanções dos EUA.

Celebridades

Fora do contexto político, na última semana, o CriptoTwitter contou com alguns anúncios empolgantes de NFTs de celebridades. Na segunda-feira (28), Christina Aguilera compartilhou sua capa da revista Billboard do World of Women (WoW).

A colaboração entre WoW e Billboard apresenta retratos tokenizados de Aguilera, Mariah Carey e Madonna na capa da edição anual da Billboard de “Mulheres na Música”.

As capas foram desenhadas à mão pela inigualável Yam Karkai, cujo estilo criou um alto índice de referência estético para o projeto WoW, atraindo grandes admiradoras, como Eva Longoria e Reese Witherspoon.

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Na terça-feira (1º), Snoop Dogg anunciou o leilão do OpenSea de um novo single de música eletrônica com uma capa da coleção Mutant Ape Yacht Club.

O rapper de 50 anos tuitou: “Não é a primeira vez que o Dogg se envolve com música eletrônica. Ouça meu single com o Mutant Ape #23446. Se você comprar, é seu”.

Na quarta-feira (2), o artista e produtor de música eletrônica Dillon Francis anunciou que havia comprado seu primeiro NFT da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC), que agora virou sua foto de perfil no Twitter.

 *Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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