O Banco de Compensações Internacionais (ou BIS, na sigla em inglês) alertou que a indústria cripto, assim como amplo setor financeiro não bancário, ameaça a estabilidade financeira e afirma que “regulações sistêmicas” são necessárias.
“No ecossistema cripto, riscos surgiram principalmente nas quedas frequentes e consideráveis de preço. Ainda não se sabe se tais fragilidades forem limitadas a esse ecossistema ou puderem se propagar para o ecossistema tradicional”, afirmou o BIS.
“Mas o potencial de propagações não deve ser subestimado.”
“Conforme demonstrado pela História, qualquer coisa que cresça exponencialmente não tem a probabilidade de continuar autossuficiente e, assim, merece uma maior atenção”, acrescentou.
BIS, DeFi e stablecoins
O BIS focou grande parte de seu alerta no crescente setor de Finanças Descentralizadas (ou DeFi).
Embora o sistema DeFi “pareça estar operando bastante em seu próprio ecossistema”, o BIS identificou uma série de questões.
“Além de provocar questões de lavagem de dinheiro de primeira ordem e projeção de investidores, DeFi demonstram vulnerabilidades financeiras significativas”, acrescentou o grupo.
Essas vulnerabilidades, segundo o BIS, “se igualam, mas superam as das finanças tradicionais”. Por sua vez, o BIS tem stablecoins como alvo, que “são sujeitas a clássicas corridas [bancárias]”.
Em outro relatório, publicado em conjunto com a Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (ou IOSCO), o BIS disse que normas de pagamentos tradicionais devem se aplicar às stablecoins.
“Esse relatório marca um progresso significativo para compreender as consequências de acordos com stablecoins para o sistema financeiro e fornecer orientações claras e práticas sobre os padrões que precisam para manter sua integridade”, afirmou Ashley Adler, presidente da IOSCO, na época.
O bitcoin ainda gera preocupações
DeFi e stablecoins não são os únicos aspectos da indústria cripto que preocupam o BIS.
O BIS também mirou no bitcoin. Em um relatório publicado em junho, o banco criticou a famosa criptomoeda por seu consumo de energia e papel na lavagem de dinheiro.
“O bitcoin, em particular, possui poucos atributos de resgate pelo interesse público enquanto também consideramos seu desperdício de energia”, afirmou.
Atualmente, o bitcoin consome aproximadamente 121 terawatts/hora de eletricidade por ano, que é mais do que a quantidade de energia consumida por grande parte dos países no mundo.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização de Decrypt.co.