O ex-jogador de futebol Anderson, que fez carreira no Grêmio e no Inter, suspeito de participar da quadrilha que tentou lavar com bitcoin cerca de R$ 30 milhões desviados da conta da Gerdau no banco Santander, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por furto qualificado, organização criminosa e lavagem de bens, direitos e valores.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (20) pelo site da Gaúcha ZH e pelo portal da Globo. Contatado, o MPRS disse que não comentaria o caso. O advogado Julio Cezar Coitinho Junior, que defende o jogador, falou para a reportagem que não iria se manifestar, pois Anderson ainda não foi intimado e ele não teve acesso à denúncia.
Além do atleta, que já jogou no Grêmio, Internacional e Manchester United, outras sete pessoas suspeitas de participar do esquema também foram denunciadas. O documento, segundo os veículos, foi assinado pelo promotor Flávio Duarte.
A denúncia foi baseada na Operação Criptoshow, que foi realizada pelo MPRS em junho de 2020 e teve como alvo a quadrilha. Na época, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Roubo no Santander e Gerdau
Conforme revelado pelo Portal do Bitcoin em abril de 2020, a quadrilha conseguiu entrar na conta da Gerdau no Sandater e roubar R$ 30 milhões. A instituição financeira assumiu o prejuízo.
A fraude foi tão complexa que causou estranheza à própria investigação interna. Em resumo, eles conseguiram entrar no internet banking da metalúrgica — por meio do login e a senha da própria empresa — e realizar transferências.
De acordo com boletim ocorrência feito na época, o grupo fez 11 transferências para diferentes contas. Uma delas pertencia a uma empresa na qual o jogador Anderson é sócio. O total recebido pela companhia foi de R$ 14 milhões.
Na época, o sócio de do jogador Anderson, chamado Anderson Boneti, confirmou para a reportagem o recebimento do dinheiro desviado, mas disse que não sabia da origem ilícita.