O programa Domingo Espetacular, da Record TV, mostrou na noite de domingo (07) uma reportagem sobre a Wolf Invest, empresa que oferecia cerca de 7% ao mês de rendimentos em investimentos. Comandada por Olavo Renato Martins Guimarães, o negócio é suspeito de um esquema de pirâmide que teria arrecadado cerca de R$ 50 milhões de milhares das vítimas
Segundo a reportagem, o dinheiro investido pelos clientes era usado para pagar os investidores mais antigos e quem apresentasse mais pessoas dispostas a entrar no negócio, ganhava bonificação. “Esquema clássico de pirâmide”, ressaltou.
A empresa teria começado a captar clientes em Belém (PA), oferecendo “rendimento alto sem muito risco”, disse a reportagem. Para quem quisesse investir acima de R$ 100 mil, por exemplo, o negócio propunha imóveis como garantia.
“O que mais chama a atenção de quem faz um investimento desse é o retorno financeiro certo. Entre aspas, o dinheiro fácil”, disse uma das vítimas, o gerente operacional Jeferson Gomes, de Betim (MG).
Família investiu R$ 300 mil
Um investidor que não quis se identificar e que já investe há anos no mercado financeiro, disse que foi seduzido pela oferta. Segundo comentou, a ele foi prometido um rendimento de 7,5% ao mês.
Outra cliente lesada pela Wolf Invest afirmou que investiu uma parte do dinheiro que ela tinha guardado da venda de uma casa. Conforme relatou, recebeu apenas 4 parcelas de R$ 7 mil. Uma família inteira investiu na Wolf, segundo outra vítima; foram mais de R$ 300 mil.
“Todos os clientes têm algo em comum: eles foram enganados, ludibriados”, disse o advogado Aarão Miranda, acrescentando que “Olavo vendeu a eles o sonho de ficarem ricos sem muito esforço”.
A equipe investigada de Olavo Renato, que se apresenta como diretor executivo da Wolf Invest, tem como gerente Laís Ribeiro, que comanda oito agentes responsáveis em captar clientes. A Record revelou que todos levavam uma vida de luxo. Olavo, por exemplo, ostenta carros de luxo de até meio milhão de reais — alguns, comprados à vista.
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Proibida pela CVM
Em janeiro de 2019, a Comissão de Valores Mobiliários proibiu a Wolf Invest de atuar. De acordo com a Deliberação CVM 808, o órgão comunicou o mercado que tanto Olavo quanto a empresa não estavam autorizados a exercer quaisquer atividades no mercado de valores mobiliários.
Em caso de descumprimento, disse a CVM à época, eles estariam sujeitos à aplicação de multa cominatória diária no valor de R$ 5 mil. A partir de então, a empresa parou de pagar os ‘rendimentos’ o que fez com que as vítimas começassem a procurar a polícia e a Justiça para tentar reaver os investimentos.
Segundo a defesa das vítimas, o problema é encontrar bens nos nomes dos acusados, visto que já há processo com sentença, porém sem crédito. “Me parece que aí é que está o golpe concretizado”, concluiu.
Empresa alega dificuldades
Procurada pela equipe da Record, a empresa disse que está com dificuldades comerciais para ter a liquidez para devolução do dinheiro e que vai seguir com o trabalho até finalizar todas as devoluções pendentes.
Até o momento, já foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços da empresa e dos funcionários, mas até agora ninguém foi preso e não existe nenhuma informação de onde está o dinheiro.
Contudo, a reportagem mostrou que os próprios clientes descobriram que há duas empresas com aportes de R$ 10 milhões e R$ 15 milhões, uma no nome de Olavo, outra no de sua mãe.