O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) publicou na sexta-feira (18) um pedido de falência contra a Indeal, empresa de Novo Hamburgo (RS) investigada por crime de pirâmide financeira. A petição foi feita por duas pessoas supostamente vítimas no esquema que lesou cerca de 55 mil investidores em mais de R$ 1 bilhão.
Conforme mostra o documento, que deu entrada no TJSP no último dia 12, consta como requerida a ‘Indeal Consultoria em Mercados Digitais Ltda’ com um valor da ação de R$ 144.051,25. Os impetrantes são representados por um advogado do escritório Barbosa & Sbrissa Advocacia, de Itu, interior de SP.
De acordo com o registro no Tribunal, o pedido será analisado pelo juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, Paulo Furtado de Oliveira Filho. O processo 1122190-41.2020.8.26.0100, de Classe ‘falência de empresários, sociedades empresariais, microempresas e empresas de pequeno porte’, está registrado como “tramitação prioritária”.
A reportagem tentou obter mais detalhes sobre a petição junto ao escritório, mas as ligações não foram atendidas. Procurado pelas redes sociais para comentar o assunto, o advogado não respondeu até a publicação deste texto.
Caso Indeal
A Indeal atuou de forma ilícita se aproveitando de investidores que apostaram em rendimentos com criptomoedas. Acreditando em promessas irreais, muitos investiram tudo o que tinham com o sonho de ficarem ricos.
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O negócio assumia o compromisso de retorno de 15% ao mês em um falso fundo de investimento com bitcoin. Conforme a Polícia Federal, foram ocultados R$ 600 milhões antes que os sócios fossem presos.
O fim da pirâmide veio com a intervenção da Polícia Federal. Em maio do ano passado, agentes da Operação Egypto prenderam vários suspeitos. No momento, todos respondem em liberdade.
De acordo com a investigação promovida pela Receita Federal e pela Polícia Federal do Rio Grande do Sul, a Indeal chegou a captar R$ 850 milhões no período de um ano, mas deixou um rombo de R$ 300 milhões. Mais de 55 mil pessoas foram prejudicadas.
EUA cooperam com investigações
No mês passado, o departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na noite de quarta-feira (04) que congelou US$ 24 milhões (cerca de R$ 136 milhões) em criptomoedas de um brasileiro acusado de participar de um esquema de fraude.
Embora não tenha sido informado o nome da empresa, tudo leva a crer que se trata da Indeal, visto que o nome informado de quem detinha as criptomoedas ser de Marcos Antonio Fagundes, supostamente um dos cabeças do negócio.