Imagem da matéria: Trader brasileiro é preso na Itália acusado de aplicar golpe milionário
Felipe Medici Toscano em palestra na Um Inestimento. Foto: Reprodução/Facebook

O trader brasileiro Felipe Medici Toscano, acusado de aplicar um golpe de R$ 10 milhões em um empresário de Vila Velha (ES), foi preso na semana passada em Milão, na Itália, a pedido da Justiça brasileira e em breve pode ser extraditado.

Até então, o suspeito de estelionato no mercado de ações seguia em prisão domiciliar por ter cidadania italiana. As informações são do jornal local Il Giorno

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De acordo com a publicação, trata-se da segunda prisão de Felipe Toscano desde que fugiu do Brasil por conta da descoberta dos golpes que ele aplicava como agente autônomo de investimentos. Sua primeira prisão ocorreu em dezembro de 2018, quando a Justiça brasileira solicitou a inclusão do seu nome na lista da Interpol.

Trader fez várias vítimas

O nome das vítimas ainda estão sob segredo de Justiça. Contudo, uma delas já depôs à Justiça com testemunhas do suposto crime de estelionato. Ainda conforme o Il Giorno, o grupo aplicou outros golpes; num deles a vítima perdeu R$ 315 mil; no outro R$ 5 milhões.

O jornal conta que à princípio, o empresário capixaba teria procurado Felipe em 2014 para fazer um empréstimo para sua empresa, mas acabou desistindo. Em seguida, Felipe teria o procurado para oferecer investimentos na Bolsa de Valores em bancos internacionais.

A vítima então topou e foi investindo um pouco de cada vez até resultar um valor de R$ 10 milhões, já que Felipe lhe enviava relatórios dos fundos regularmente.

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No entanto, tudo não passava de fraude. A vítima percebeu que tinha caído num golpe quando no ano seguinte procurou Felipe para sacar os fundos, mas aí já era tarde demais.

Segundo a delegada titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), Rhaiana Bremenkamp, Felipe criava sites e aplicativos falsos e enviava demonstrações financeiras falsas.

Sócio preso e esposa foragida

Acusado de participação no esquema, o suposto sócio de Felipe, o ex-bancário Alexandre Silva Melo, também foi preso no Brasil pela Polícia Civil em Vitória, no bairro Enseada do Suá. De acordo com as investigações, Melo era quem captava clientes para Felipe Toscano.

Outra pessoa que também é suspeita de participação nos crimes cometidos é a esposa de Toscano, Ísis Avanci Laguardia Medici Toscano, considerada foragida da Justiça ainda em 2019. Segundo as investigações, a mulher seria responsável pela movimentação de altos valores em contas bancárias.

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Ainda em 2019, a delegada também relatou que “I.A.L.M.T. fugiu para a Itália com o marido e voltou para o Brasil para conseguir a cidadania italiana, mas não conseguiu e o passaporte dela está retido”.

Felipe Medici e Ísis Avanci (esq.) e Alexandre Melo (dir.) são suspeitos de aplicar golpe milionário. Foto: Arquivo pessoal/Polícia Civil

Trader ficou inadimplente

Provavelmente sem operar no mercado financeiro depois do golpe, em junho do ano passado Felipe Médici Toscano apareceu na lista devedores da taxa de fiscalização do mercado de valores mobiliários referente aos exercícios entre 2014 e 2019.

Na ocasião, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu 30 dias para o pagamento da dívida.

“Há que se ressaltar que a ausência de pagamento ou parcelamento importará na inclusão do devedor no CADIN, bem como inscrição na Dívida Ativa da CVM, para posterior ajuizamento da ação de execução fiscal”, alertou o órgão.

Justiça negou habeas corpus

Em julho deste ano, o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama negou uma liminar a cerca de um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Toscano. O argumento, segundo a publicação do TJES, de “possível constrangimento ilegal cometido pelo MM. Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal de Vitória, apontado como Autoridade coatora”. 

Na decisão, Gama disse que a prisão preventiva tem por finalidade específica submeter o extraditando ao controle jurisdicional do Supremo Tribunal Federal até o julgamento final da extradição.

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Extradição

O processo contra os acusados corre na 4ª Vara Criminal de Vitória. Se extraditado ao Brasil, Toscano deve responder por crime de estelionato, organização criminosa, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

Sobre a atual condição de Alexandre e Isis, a reportagem do Portal do Bitcoin pediu informações por email à Polícia Civil do Espírito Santo, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.

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