Além de rebaixada para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro para 2020, a Chapecoense teve mais uma má notícia recente. O time catarinense teve adiado o recebimento de uma cota de US$ 1,4 mi (o equivalente a R$ 5,9 milhões na cotação atual) da criptomoeda USD Soccer, anunciada em outubro como patrocinadora.
Segundo o jornalista Rodrigo Goulart, do portal Diário do Iguaçu, a USD Soccer prometeu o dinheiro para abril de 2020.
Ao Portal do Bitcoin, a assessoria de imprensa da Chapecoense negou que o atraso configure calote por parte da criptomoeda. Contudo, informou que o acordo de patrocínio está sob sigilo por questões contratuais e que o clube não falará a respeito.
Outros clubes também teriam fechado acordo de patrocínio com a USD Soccer e ficado sem receber, segundo o jornalista. Dois times de Goiás, o Atético-GO e o Vila Nova-GO, estariam negociando com a criptomoeda para 2020.
“Minerar por meio do futebol”
A USD Soccer promete ser a “moeda matriz que conectará o esporte às criptomoedas”, inclusive com a possibilidade de mineração durante uma partida de futebol.
Em seu site, a USD Soccer informa que “contratos estão sendo assinados com times e jogadores para garantir a segurança jurídica do projeto, cumprindo com todos os requisitos legais”.
Entre os embaixadores já figuram os ex-jogadores Jorginho, Zinho e Ricardo Rocha, o meia Anderson Talisca (que joga no futebol chinês), o volante Dudu Cearense (do Botafogo) e o ex-jogador de futsal Falcão.
Ricardo Rocha, inclusive, esteve presente no evento de lançamento oficial da USD Soccer, em outubro passado, em Macau (ex-colônia portuguesa que hoje é uma região autônoma da China).
De acordo com o RoadMap anunciado em seu site, a USD Soccer iniciou suas operações em junho deste ano, seguida por pesquisas de mercado e público alvo e fechamento com “clubes pioneiros”.
Entre os “clubes pioneiros” citados pela USD Soccer estão agremiações tradicionais do futebol brasileiro. Além da própria Chapecoense, aparecem Vitória, Atlético-GO, Vila Nova-GO, Avaí, Sport, Cruzeiro e Corinthians.
A USD Soccer anuncia ainda que fará uma ICO [como é chamado o financiamento coletivo das criptomoedas] ainda em dezembro, com valores na casa de US$ 1 cada unidade, e prevê o lançamento de bases de operações na China e no Brasil para o começo de 2020.
Já a plataforma de negociação StockSports é prometida para meses mais tarde, em julho.
Tentativa de contato
No portal da USD Soccer não estão disponíveis informações sobre os responsáveis pela empresa, nem canal de contato para sanar dúvidas. Há apenas um campo para inserção de e-mail para os interessados em receber atualizações do projeto.
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Ao tentar contato por meio do telefone – com DDD de São Paulo -disponível na página da criptomoeda no Facebook, ouve-se a mensagem: “Este número está temporariamente programado para não receber chamadas”.
O Portal do Bitcoin tentou contato por meio de um e-mail divulgado em post no Facebook da USD Soccer e aguarda retorno.
Futebol, criptomoedas e pirâmides
Um caso recente que chamou a atenção sobre patrocínios no futebol foi o da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que entrou na Justiça para cobrar R$ 7,4 milhões da empresa All Invest.
Sediada em Goiânia, a All Invest não pagou as cotas prometidas pelo patrocínio da Copa Verde, que reúne times do Norte e Centro-Oeste do Brasil, além do estado do Espírito Santo. Diante do calote, a CBF rompeu o contrato e entrou na Justiça.
A Polícia Civil de Goiás já tem uma investigação em aberto contra a All Invest por crime contra a economia popular. Em seu site, a empresa afirmava operar fundos de investimento que garantiam lucros vultuosos em um curto espaço de tempo – promessa típica de pirâmides financeiras.
O Goiás, que disputa a Série A [primeira divisão do futebol nacional], chegou a anunciar acordo de patrocínio com a All Invest, mas também levou calote. O clube, no entanto, não processou a empresa.
Outra companhia suspeita desse tipo de crime que marcou presença no futebol foi a JJ Invest, que no começo deste ano chegou a figurar como patrocinadora do Vasco da Gama.
Entre janeiro e maio de 2014, o Botafogo teve como patrocinadora a Telexfree, que na época já era investigada no Brasil e nos Estados Unidos por esquema de pirâmide financeira.
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