Números e letrs douradas sob um placa formam símolo do Real brasileiro
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O mercado financeiro está em constante evolução, e os Real World Assets (RWA) tem sido discutidos como uma das grandes inovações desse processo.

A proposta de trazer ativos do mundo real — como imóveis, commodities e títulos financeiros — para a infraestrutura blockchain é promissora, pois une eficiência tecnológica à segurança e estabilidade de ativos físicos.

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Diante de tanto entusiasmo, é natural questionar se os RWAs representam apenas uma tendência passageira ou se estamos diante de uma mudança estrutural que moldará o futuro das finanças.

Ainda mais tendo em vista outros temas que foram muito falados na mídia durante um tempo e depois desapareceram, como os próprios NFTs e o metaverso.

A inovação da tokenização, ou os RWAs, não é apenas uma moda: ela se apresenta como um passo necessário na modernização dos mercados de capitais.

RWAs como resposta às barreiras do sistema financeiro

O mercado de capitais tradicional, por mais robusto que seja, carrega ineficiências que não podem mais ser ignoradas. Operações fragmentadas, altos custos operacionais e informações distribuídas entre diferentes intermediários dificultam a fluidez das transações e afetam tanto a experiência do investidor quanto a eficiência das empresas.

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Esse modelo, embora seguro, foi projetado para um contexto passado e hoje apresenta limitações que dificultam sua adaptação ao ritmo atual do mercado.

A tokenização de ativos reais, por meio da blockchain, oferece uma resposta direta a essas fragilidades. A possibilidade de registrar, negociar e rastrear ativos em uma plataforma imutável e programável elimina intermediários e simplifica processos.

A blockchain permite uma confiança automatizada nas transações, substituindo a necessidade de múltiplas verificações manuais e oferecendo uma experiência de mercado mais transparente e eficiente.

Isso não é apenas uma solução tecnológica: é uma evolução inevitável em um mercado cada vez mais dinâmico e globalizado.

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O desafio da regulamentação e a adaptação necessária

É evidente que a adoção dos RWAs ainda enfrenta desafios significativos, especialmente na esfera regulatória.

A falta de clareza sobre como esses ativos serão tratados pelos órgãos reguladores e a necessidade de integração com o sistema financeiro tradicional impõem barreiras importantes. Sem um arcabouço regulatório adequado, será difícil consolidar essa inovação em larga escala.

No Brasil, a chegada do Drex — a versão digital do real — pode ser um divisor de águas, permitindo que transações tokenizadas ganhem maior segurança e fluidez.
Contudo, é fundamental que reguladores e agentes de mercado avancem juntos para definir diretrizes claras e garantir um ambiente favorável ao crescimento dos RWAs.

A inovação precisa de uma estrutura que assegure tanto a segurança quanto a liberdade necessária para que esse novo mercado floresça.

Exemplos práticos que já indicam uma mudança estrutural

Embora ainda estejamos nos estágios iniciais, já é possível observar casos de uso bem-sucedidos dos RWAs.

A tokenização de imóveis, por exemplo, permite que pequenos investidores adquiram frações de propriedades, democratizando o acesso ao mercado imobiliário.

O setor de commodities também tem se beneficiado da tokenização, reduzindo a burocracia e melhorando a eficiência nas transações.

O mercado de arte e colecionáveis, por sua vez, tem encontrado nos RWAs uma forma de aumentar a liquidez, possibilitando que mais pessoas participem de investimentos antes restritos a poucos.

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E, claro, para os ativos financeiros há exemplos diversos de casos de uso desde a tokenização de ações até os produtos de crédito.

Esses exemplos não apenas mostram o potencial da inovação, mas indicam que estamos testemunhando uma mudança estrutural que altera a forma como ativos tradicionais são negociados e geridos.

Mais do que isso, o modo como Banco Central, CVM e dezenas de instituições financeiras no Brasil estão se preparando para um mundo tokenizado, explorando suas potencialidades e fazendo testes concretos, demonstra como, diferente de outros “hypes” passados, os RWAs realmente entregam algo de valor.

RWAs são parte do futuro do mercado financeiro

Então, os RWAs são apenas uma moda? Fica evidente que não. Estamos, mais uma vez, diante de uma mudança essencial e irreversível no mercado financeiro.

Assim como o Pix revolucionou o sistema de pagamentos no Brasil, os RWAs têm o potencial de transformar a forma como negociamos e investimos, integrando o mundo físico e digital de maneira inédita.

A inovação ainda enfrenta desafios, especialmente regulatórios, mas quem espera que tudo esteja perfeito pode acabar perdendo o momento de transformação.

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Os RWAs não são apenas uma tendência passageira — são o próximo capítulo na conexão entre o físico e o digital, e quem embarcar nessa jornada desde agora estará à frente das melhores oportunidades.

Sobre o autor

Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.

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