A ConsenSys, empresa de tecnologia blockchain criada pelo cofundador do Ethereum, Joseph Lubin, vai demitir 13% de sua equipe, reportou a Coindesk na semana passada. Este é mais um episódio de uma série de demissões que vem ocorrendo no mercado de criptomoedas no Brasil e no mundo.
De acordo com o site, o argumento usado pela empresa na decisão de diminuir o efetivo, é que a ação faz “parte de uma mudança estratégica mais ampla”. No total, irão para rua 156 funcionários.
Um comunicado sobre as mudanças enviado por email a seus 1.200 funcionários na semana passada anunciava o que estaria por vir.
“Os projetos continuarão a ser avaliados com rigor, já que a excelência técnica é um dos pilares da ConsenSys 2.0, juntamente com modelos inovadores de negócios de blockchain”, disse a ConsenSys na mensagem.
Parte da equipe foi prontamente dispensada após o anúncio, conforme relatos de funcionários ao site. Lubin já havia insinuado dias antes uma reestruturação na empresa.
Na ocasião, ele disse estar empolgado com a ConsenSys 2.0, mas que o primeiro passo para as mudanças seria difícil.
“Estamos examinando diferentes situações — algumas delas vão encolher e outras vão crescer. Não há nada que eu queira dizer concretamente sobre isso neste momento”, disse ele.
Outras demissões
No final de novembro, a Steemit, empresa responsável por seu famoso blog homônimo e que compensa seus colaboradores com a criptomoeda STEEM, reduziu sua equipe em 70% devido a uma “reorganização estrutural”.
De acordo com um comunicado do fundador e CEO da Steemit, Ned Scott, as mudanças são resultados da fraqueza do mercado de criptomoedas e que o retorno financeiro com o seu token nativo não está pagando os custos para manter colaboradores e serviços operacionais.
“Dada a fraqueza do mercado de criptomoedas, o retorno em fiat de nossa venda automatizada da STEEM tem diminuído e os custos com execução de nodes Steem crescidos e fomos forçados a demitir 70% da equipe”, diz o comunicado.
Em setembro, a exchange Kraken dispensou 57 funcionários de seu escritório no Canadá. A justificativa oficial foi que a corretora precisava reduzir custos e se alinhar com ritmo do crescimento da criptoeconomia.
Empresas de criptomoedas no Brasil
Em agosto, a corretora brasileira de criptomoedas Foxbit diminuiu a equipe de Tecnologia de Informação.
Um desenvolvedor pediu demissão e três foram demitidos — dentre eles, supostamente, estavam desenvolvedores que trabalhavam na criação da plataforma própria da empresa. Procurada, a empresa não quis comentar o assunto.
Em meio à crise, a corretora Mercado Bitcoin demitiu 20 funcionários em meados de outubro. A corretora confirmou a informação e disse, em nota, que “promoveu alterações em áreas de suporte (Marketing, RH e Administrativo), mantendo inalteradas as áreas fim da empresa (Tecnologia, Produtos e Atendimento ao Cliente)”.
O mais recente caso de demissões em exchanges no Brasil foi o da Huobi. A empresa demitiu seis de seus 10 funcionários depois de apenas cinco meses de operação. Conforme fontes ouvidas, os cargos gerenciais e operacionais foram os mais afetados.
“Foi uma ordem que veio da matriz”, disse uma das pessoas com quem a reportagem conversou.
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