Após seis meses de estudos e negociações, o Itaú Unibanco e o Standard Chartered realizaram na segunda-feira (03) a primeira operação de empréstimo sindicalizado usando a tecnologia blockchain, reportou o Valor Econômico.
O novo tipo de empréstimo, chamado de ‘club loan’, que significa ‘clube do empréstimo’ em português, é formado por um grupo de bancos de transações de crédito.
Na operação, o Itaú captou US$ 100 milhões, cerca de R$ 370 milhões, em um tipo de transação inédita na América Latina, segundo os bancos envolvidos.
Do montante, metade veio do banco inglês Standard Chartered e a outra parte do banco americano Wells Fargo, diz o site.
Germana Cruz, chefe de instituições financeiras para a América Latina do Standard Chartered, explicou a complexidade para o feito:
“A escolha por esse tipo de transação para testar a tecnologia foi feita porque ela é a mais complexa, que exige muita troca de informações e documentos, levando em conta a regulamentação de vários países”.
Ela se referiu ao grande envolvimento de áreas jurídicas, que, no caso, necessita de uma análise minuciosa. Para isso, é necessário o apoio tanto de advogados internos como externos.
A rigorosa análise tem como finalidade cumprir com as regras dos reguladores dos países dos bancos envolvidos para que não haja nenhuma chance de ilegalidade.
A plataforma blockchain utilizada na operação foi o Corda Connect, do consócio R3, do qual fazem parte o Itaú Unibanco, o Bradesco e a B3, diz a reportagem. No total, 12 funcionários de ambas instituições financeiras trabalharam em todo o processo nesses seis meses.
Aposta do Itaú
Ricardo Nuno, diretor de tesouraria banking do Itaú Unibanco, disse que os benefícios com o blockchain estão na eficiência da troca de informações.
Ele ressaltou que de todas as tecnologias que já surgiram, o blockchain é a que faz mais sentido para os bancos.
“Demoramos muito tempo trocando documentos e emails. Para ter uma ideia, a operação de empréstimo sindicalizado com os três bancos envolveu a troca de 2.000 e-mails entre as partes”, disse Nuno, acrescentando que “o Itaú já realizou empréstimo sindicalizado com 35 instituições financeiras diferentes”.
O Itaú estuda aplicações com blockchain há dois anos. A ideia é de usar o novo sistema de empréstimo sindicalizado para todos os clientes, tanto para bancos quanto para empresas.
“Queremos usar em larga escala”, disse Cruz, de acordo com a reportagem.
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