Cláudio Barbosa, um dos criadores da pirâmide Trust Investing
Cláudio Barbosa, um dos criadores da pirâmide Trust Investing (Foto: Reprodução)

Foi detido na terça-feira (28) o único líder da pirâmide financeira Trust Investing que ainda não havia sido preso. Cláudio Barbosa foi preso em Santa Catarina, após a Polícia Militar identificar que havia um mandado de prisão da Justiça do Mato Grosso do Sul contra ele. As informações são do jornal O Globo

Barbosa estava foragido desde 2022 e, segundo informações da PM, vivia uma vida de luxo em Florianópolis. Os parceiros de pirâmide foram presos na operação La Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Federal em outubro de 2022. Na ocasião foram presos Patrick Abrahão, Diego Chaves e Fabiano Lorite.

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Um dos fundadores e líderes de fato da Trust Investing, Cláudio Barbosa ocupava no papel o cargo de diretor de tecnologia. Foi ele que lidou pessoalmente em negócios com Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin” e criador da pirâmide GAS Consultoria. 

A defesa de Barbosa disse ao jornal entender ser desnecessária a prisão, já que o processo estaria na fase final. “Diante disso, já estão sendo preparadas as medidas cabíveis para restabelecer sua liberdade”, afirmou Talesca Campara de Souza, advogada que assumiu o caso.

Uso intensivo de laranjas, diz MPF

O Ministério Público Federal aponta nas investigações que Cláudio Barbosa usava diversas empresas de fachada e “laranjas” para ocultar a origem de valores oriundos da operação fraudulenta que liderava na Trust Investing.

O piramideiro movimentava dinheiro ilícito através da empresa de uniformes de sua ex-esposa, que mora no interior do Rio Grande do Sul. Ele também comprou pelo menos quatro carros de luxo e os registrou no nome da empresa, da ex-mulher, do filho e da tia dela, de 78 anos.

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Em São Paulo, Cláudio também registrou outro carro de luxo de R$ 140 mil no nome de uma suposta amante que não tem habilitação, não trabalhava nem estudava, e recebia auxílio emergencial — apenas dois dias depois de deflagrada a operação contra a Trust Investing, a mulher vendeu o carro. Cláudio também registrou no nome dela um terreno de R$ 252,3 mil, localizado em Presidente Prudente (SP).

Para o Ministério Público Federal, está claro que o dinheiro usado nessas aquisições era ilícito:

“Os denunciados não nasceram ricos, não herdaram grandes fortunas, não ganharam em loteria, nem desenvolveram atividades econômicas lícitas que lhes permitam justificar a origem de seus patrimônios. A explicação acerca da origem dos seus recursos é bastante simples: atividades criminosas de longa data.”

Relação com o “Faraó do Bitcoin”

Cláudio Barbosa teve uma relação de negócios intensa com o “Faraó do Bitcoin”. Os líderes de duas das maiores pirâmides financeiras com criptomoedas do Brasil, a GAS Consultoria e a Trust Investing, transacionaram cerca de R$ 233 mil entre si em 2020. O motivo dessa movimentação, no entanto, segue um mistério para as autoridades.

A informação foi obtida com exclusividade pelo Portal do Bitcoin em reportagem de fevereiro de 2023. Um trecho da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal confirma a relação entre os dois piramideiros:

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“Cláudio Barbosa teve relacionamentos financeiros com diversas pessoas jurídicas, bem como com a pessoa física Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “FARAÓ DOS BITCOINS”, preso pela Polícia Federal em agosto de 2021 e acusado de crime contra o sistema financeiro e organização criminosa.”

Pirâmide Trust Investing

A Polícia Federal afirma nas investigações contra a Trust Investing que descobriu a existência de esquema de pirâmide financeira que captou recursos de mais de 1,3 milhão de pessoas, em mais de 80 países. A promessa era de altos lucros com suposto investimento em Bitcoin.

O prejuízo deixado aos investidores é estimado em R$ 4,1 bilhões, captados desde o início das operações da empresa em 2019.

Em maio de 2022, ocorreu o bloqueio de saques pela Trust Investing. Além disso, desde outubro de 2021, a empresa proíbe que clientes tenham acesso ao dinheiro preso na plataforma de investimentos alegando ter sofrido um ataque hacker.

Na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), Cláudio Barbosa e outras quatro réus respondem pelos crimes de integração de organização criminosa internacional, crimes contra o sistema financeiro nacional, operação ilegal de instituição financeira, crimes contra o patrimônio da união e crime ambiental, bem como lavagem de dinheiro.

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