A importação de criptomoedas por brasileiros atingiu um novo recorde de US$ 1,751 bilhão (R$ 8,6 bi) em março, segundo dados divulgados pelo Banco Central na quinta-feira (2). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com um total de US$ 4,689 bilhões em importações, valor 118% acima do mesmo período do ano passado.
A importação reflete o fluxo de ativos entre um não residente (vendedor) para um residente (comprador) no Brasil, e as transações comerciais são medidas pela autoridade monetária por meio de contratos de câmbio. No acumulado de 12 meses, as importações de criptoativos atingiram US$ 14,843 bilhões em março.
Esse movimento, que pode ser interpretado como compra de moedas digitais, coincide com o ótimo momento vivido por essa classe de ativos no início de 2024, em especial o Bitcoin, que chegou a atingir sua máxima histórica acima de US$ 73 mil.
No dia 10 de janeiro, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), aprovou, após anos de batalha, o lançamento de uma série de ETFs de Bitcoin à vista, evento que desencadeou uma forte onda de valorização da maior criptomoeda do mundo e do mercado como um todo.
Com um interesse recorde dos investidores nesses fundos, as gestoras iniciaram um período de grandes compras de BTC, puxando o preço da moeda, que por sua vez também fez com que investidores no mundo todo passassem a adquirir criptomoedas. E os dados do Banco Central ajudam a corroborar esse cenário no Brasil.
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Exportações também aumentam
Na outra ponta, o resultado das exportações também aumentou significativamente, ainda que o valor nominal seja bem inferior ao de importações. Em março, os brasileiros exportaram US$ 202 milhões em criptoativos, dez vezes mais que os US$ 20 milhões de um ano antes.
O acumulado do trimestre também saltou, cerca de sete vezes, passando de US$ 49 milhões nos três primeiros meses de 2023, para US$ 348 milhões este ano. O valor já é mais da metade dos US$ 613 milhões exportados em todo ano passado.
A compra de criptoativos por brasileiros, segundo a norma do BC, é equivalente à importação de um bem, enquanto a venda seria a exportação. Essa interpretação usa como base as normas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que entende que ativos digitais sem um passivo de uma contraparte emissora são classificados como não financeiros.
O mercado agora já fica atento para os dados referentes ao mês de abril, que serão apresentados no próximo dia 24, já que, após os recordes batidos no primeiro trimestre, o Bitcoin caiu mais de 14% no mês passado, o que deve ser refletido em um recuo dos números de importações e exportações.
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