Começou na última segunda-feira (5) o julgamento de Craig Wright, o australiano que diz ser Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do Bitcoin (BTC). A sessão ocorreu em um tribunal no Reino Unido, onde um juiz decidiu que Wright poderia adicionar algumas novas evidências para sustentar seu caso.
Wright já processou diversos desenvolvedores de criptomoedas alegando violação de direitos autorais. Mas em 2021, a Crypto Open Patent Alliance (COPA), uma organização sem fins lucrativos apoiada pelo fundador do Twitter, Jack Dorsey, e vários participantes importantes da indústria, como Coinbase e Microstrategy, processaram Wright, desafiando sua declaração de que é Satoshi.
A COPA rejeitou em janeiro uma proposta de acordo feita por Wright e disse que esperava que um resultado favorável do julgamento significasse o fim das guerras legais do suposto Satoshi com a comunidade Bitcoin.
“A esperança está no final deste caso, que quando você enfrenta um agressor, o agressor recue e o agressor pare”, disse um porta-voz da COPA ao CoinDesk após a sessão judicial de segunda. “Estamos buscando uma liminar que impedirá o Dr. Wright de fazer isso novamente”.
A COPA alega que Wright falsificou os documentos que suspostamente provam que ele é Satoshi. “A afirmação de Wright de ser Satoshi Nakamoto é uma mentira descarada e elaboradas narrativas falsas proporcionadas pela falsificação em escala industrial”, disse o porta-voz da COPA.
Primeiro dia de julgamento
Para o primeiro dia de audiências, chamou atenção o fato do juiz presidente James Mellor permitir que novas evidências de Wright fossem admitidas, sujeitas à revisão de especialistas e interrogatório pela COPA.
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E enquanto o foco da COPA estava em revelar falsificações que Wright supostamente cometeu ao dizer que á Satoshi, a defesa argumentou que sua formação educacional e profissional o tornava alguém capaz de inventar algo como o Bitcoin.
“A COPA não foi capaz de apontar qualquer evidência direta de que o Dr. Wright não seja Satoshi”, disse o advogado de Wright, Lord Anthony Grabiner, argumentando ainda que como ninguém mais no mundo se apresentou como sendo Satoshi, Wright se torna um provável candidato.
Segundo Grabiner, mesmo que Satoshi preferisse permanecer escondido, ele poderia ter se declarado anonimamente ao tribunal, o que não aconteceu. “É surpreendente, dado o interesse público e os recursos ilimitados mobilizados pela COPA, que ela não tenha sido capaz de apontar qualquer evidência direta de que o Dr. Wright não é Satoshi”, disse o advogado.
Enquanto isso, o porta-voz da COPA disse eles não estão interessados em encontrar o verdadeiro Satoshi, mas apenas provar que Wright não é ele.
“Temos esperança de que, quando tudo isso for dito e feito, teremos defendido os desenvolvedores que não conseguiram se defender e que eles serão livres para contribuir com o Bitcoin e não serão intimidados pelo medo de um personagem como Craig Wright”, disse o porta-voz.
O julgamento continua nesta terça, quando Wright deve fazer seu primeiro depoimento e começar a ser interrogado. A expectativa é que o caso seja encerrado no dia 13 de fevereiro.
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