O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil do estado deflagraram, na manhã desta quarta-feira (25), a operação “Príncipe do Bitcoin”.
As autoridades cumpriram em Campos dos Goytacazes (RJ) quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão em endereços ligados a cinco integrantes de uma organização criminosa voltada para a prática de estelionato através de criptomoedas, por meio de pirâmides financeiras.
Conforme comunicado para a imprensa, os suspeitos prometiam retorno financeiro de 15% a 30% ao mês por meio de investimentos em criptomoedas. A quadrilha agia através da empresa A.C. Consultoria desde de 2016, e fez mais de 43 vítimas.
Um dos alvos é um pastor evangélico que atuava como trader, investindo no mercado financeiro e captando clientes. Conhecido na região de Campos dos Goytacazes, Fabrício Vasconcelos Nogueira trocava constantemente de carro e realizava viagens rotineiras, como forma de ostentar riqueza e atrair mais vítimas para o golpe.
Também faziam parte do esquema criminoso Gilson André Braga dos Santos e Ana Claudia Carvalho Contildes, sócios fundadores da empresa, e Gilson Ramos Vianna e Ana Paula Contildes, que atuavam na captação de clientes.
A 2ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes determinou o bloqueio online de valores disponíveis nas contas dos denunciados, até o valor de R$ 1,9 milhão, incluindo criptoativos e moedas estrangeiras.
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Entenda o esquema
Com a promessa de investimento em criptomoedas e retorno financeiro de 15% a 30% ao mês, a empresa inicialmente abria contas para os investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas “copy”.
Como sugere o nome, é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos. Inicialmente, os juros dos investimentos eram pagos, de modo a gerar confiança no trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria.
Após a celebração de diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os contratos seriam rescindidos e os valores referentes aos mesmos seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de 01 de dezembro de 2021, data da “Nota Oficial”), o que não foi cumprido.
Investigações do MPRJ também revelaram que uma outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos criminosos para dar continuidade ao esquema.
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