Mulheres autodidatas que apostam em bitcoin e blockchain

Tiffany Britt, moradora da cidade de Los Angeles, Estados Unidos, acreditou que o Bitcoin era o futuro dos investimentos, arregaçou as mangas e foi à luta atrás dos seus primeiros lucros com a criptomoeda.

Grávida de oito meses e cuidando de uma criança pequena, Britt, assim como muitas mães, precisava muito de algo que não exigisse muito tempo e esforço para melhorar suas finanças.

Assim, Britt viu no Bitcoin uma grande oportunidade de obter lucros dali mesmo, da sala de sua casa, como mostrou uma reportagem da The Week sobre mães nos Estados Unidos que viraram traders.

Usando de suas poucas habilidades no novo mercado financeiro, a mamãe Britt fez seu primeiro investimento em bitcoin e conseguiu obter US$ 1 mil de lucro. Nada mal para uma novata.

No entanto, seu instinto materno — que, naturalmente, idealiza uma vida melhor os filhos — lançou uma ideia, ela se pôs como guerreira e partiu para a batalha.

Desta forma, a aspirante a trader teve uma ideia. No Facebook, Britt convidou várias mães para investirem com ela. 30 delas lhe enviaram quantias entre US$20 e US$ 100. Ela juntou, então, US$ 1.400 e tornou aquele grupo investidor em bitcoin.

Embora a maioria das pessoas tenha ouvido pelo menos falar em bitcoin, o mundo do investimento em criptomoedas ainda é dominado por homens, cerca de 95%, segundo a reportagem.

No entanto, não é surpresa que as mulheres estejam cada vez mais entrando no novo mercado financeiro. As mulheres são os consumidores que mais crescem na economia mundial a cada ano. A renda global das mulheres deve chegar a impressionantes US$ 18 trilhões até o final deste ano, segundo pesquisa da EY.

Britt tinha zero treinamento ou conhecimento sobre finanças ou investimentos, mas juntos com suas amigas aspirantes a investidoras, trocavam ideias sobre o mercado de ações antes de se expandirem para a criptomoeda.

Outra mãe autodidata é Arry Yu, diretora de operações e presidente da Storm, uma plataforma de micro-tarefas gamificada, construída usando a tecnologia blockchain que permite aos usuários fazer várias pequenas tarefas em seus telefones em troca de recompensas em criptomoedas.

Yu sempre comenta que há muitos recursos gratuitos por aí. Ela aprendeu muita coisa enquanto dirigia ouvindo audiolivros sobre o assunto.

“Eu peguei vários audiolivros, então sempre que eu estava dirigindo ou meu filho tirava uma soneca, eu ouvia. E todas as manhãs eu passava algum tempo fazendo buscas e vendo as últimas notícias”, contou.

Certo dia, Yu foi no Facebook e perguntou se havia algum ‘gênio em blockchain’ para tomar um café com ela. E desta forma ela foi aprendendo cada vez mais e conseguiu fazer algum dinheiro, mas isso, segundo ela, não foi o mais importante.

“Este é apenas o começo de algo que é melhor. Essa é a parte emocionante”, disse Yu.

Mas, e o investimento do grupo de Britt? Era janeiro, lembram?

Naquela ocasião, o bitcoin já havia batido seu recorde de preço chegando a quase US$ 20 mil, já tinha caído para US$ 12 mil e subido para US$ 16 mil, ou seja, o mercado ainda estava mais para positivo do que para o negativo. Depois, porém, o Bitcoin entrou em queda desenfreada, até chegar no preço atual, que tem se estabilizado entre 6 e 7 mil dólares.

Em resumo, como na maioria dos investimentos há sempre o risco de perder, os US$ 1.400 do grupo de Britt valem hoje cerca de US$ 550.

Após o resultado, Britt disse que sua ideia não era necessariamente ganhar dinheiro, mas sim alfabetizar-se em um campo emergente.

“Eu acho que o objetivo era que se todas [as mães que investiram] tivessem um pouco de ‘senso de risco’, poderíamos fazer pesquisas e postar individualmente [no grupo] o que aprendemos”, explicou Britt.

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