Lionel Messi jogador de futebol durante partida pela seleção da Argentina
Messi fez propagandas do projeto Sirin labs em 2017 (Foto: Shutterstock)

Uma nova pesquisa mostra que existe uma ligação entre o apoio de celebridades a um projeto cripto e a probabilidade de ser uma farsa.

A investigação intitulada “O efeito do apoio de celebridades no setor Cripto” conduzido por dois ex-economistas da SEC — Joshua T. White e Sean Wilkoff — investigou os efeitos das celebridades impulsionando várias ICOs.

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Eles descobriram que “ICOs apoiados por celebridades estão associados a um aumento de 23 a 26% em fraudes até setembro de 2019 e a um aumento de 39 a 40% em ICOs fraudulentas até abril de 2023.”

Esta “evidência sugestiva” aponta para um “sinal vermelho para os investidores”, escreveram os pesquisadores.

A pesquisa examinou o comportamento de 21 celebridades de 2016 a 2018, incluindo Floyd Mayweather, Snoop Dogg, Paris Hilton e Lionel Messi.

“Assumimos que as celebridades poderiam aumentar a visibilidade da criptomoeda dado o seu alcance nas redes sociais e levar a um medo de ficar de fora (FOMO)”, disse Joshua T. White ao Decrypt via e-mail. “Dada a novidade da tecnologia blockchain e das criptomoedas, não tínhamos certeza se as celebridades teriam experiência para identificar projetos reais e confiáveis [ou] se a equipe de gestão deles teve tempo para entender os riscos legais de divulgar uma determinada criptomoeda sem divulgar que está sendo patrocinado.”

Outra descoberta importante foi que esse apoio de celebridades são mais propensos a ser uma farsa quando a profissão de celebridades não corresponde ao produto da ICO, de acordo com a amostra dos pesquisadores.

No entanto, quando a profissão de uma celebridade corresponde ao produto da ICO – como um jogador de futebol que endossa uma ICO que financiará um site de apostas esportivas baseado em blockchain – é menos provável que seja uma farsa.

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“Isso mostra que quando as celebridades entendem o caso de uso do token, elas parecem ser mais diligentes ou ter uma melhor compreensão do produto que estão endossando”, disse White ao Decrypt. “Uma analogia seria um jogador de futebol fazendo propaganda de chuteiras versus um jogador de futebol fazendo propaganda de shampoo (qualquer ironia com Messi e Cristiano Ronaldo, não deve ser mera coincidência). Eles provavelmente têm uma melhor compreensão das chuteiras que estão divulgando do que os produtos químicos no shampoo.”

Na conclusão da pesquisa, eles destacam a necessidade de investidores e celebridades entenderem melhor os riscos que acompanham as criptomoedas e conduzirem a devida diligência antes de endossar um ativo digital.

“Se o criador de um token recorrer à promoção feita por celebridades, isso pode ser um indicador de baixa qualidade do token, possivelmente uma tentativa de desviar a atenção disso com a ajuda do glamour das celebridades”, disse White ao Decrypt.

ICOs apoiadas por celebridades arrecadam dinheiro

Concentrando-se apenas nas ICOs, ou ofertas iniciais de moedas, a pesquisa também descobriu que as divulgações feitas por celebridades aumentam a quantidade de dinheiro arrecadado, bem como a probabilidade de o token ser adicionado a uma exchange.

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“Não ficamos surpresos que as celebridades tenham aumentado a visibilidade de um projeto cripto, mas ficamos surpresos com a magnitude de seu efeito”, disse White. “O envolvimento de celebridades estava ligado a um capital 53% maior levantado nas ICOs, o que equivale a cerca de US$ 9 milhões a mais para os emissores de tokens em nossa amostra.”

Curiosamente, os tokens endossados por celebridades também eram 37% menos propensos a ter uma pré-venda. Em vez disso, muitos projetos optaram por substituir uma pré-venda pela divulgação feita por celebridades. Isso também significou, no entanto, que os investidores perderam informações importantes e sinais de preço de qualidade que as pré-vendas geralmente geram, disseram os pesquisadores.

Dito isto, Wilkoff explicou, “nem todas as ICOs endossadas são fraudes, e nem todas as fraudes são endossadas por celebridades.”

“Chegaram a oferecer à Taylor Swift um acordo para apoiar a FTX, que foi recusado depois da equipe dela fazer uma pesquisa sobre o assunto”, disse Wilkoff. “As celebridades devem conduzir a devida diligência e pesquisar qualquer ativo digital relacionado à criptomoedas ou exchanges antes de divulgá-los e os investidores não devem confiar cegamente nas indicações de uma celebridade.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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