A busca pela infame Rainha das Criptomoedas, a búlgara Ruja Ignatova, pode ter uma reviravolta sombria. Uma investigação do jornal búlgaro Bird relatou que ela teria sido morta em 2018, citando documentos encontrados na posse de um oficial da polícia búlgara.
Ignatova era a chefe do golpe OneCoin e desapareceu depois de supostamente ter fugido com até US$ 5 bilhões de investidores em 2017. Ela foi colocada na lista de fugitivos mais procurados pelo FBI e pela Europa. Se a reportagem do Bird for verídica, ela teria alcançado essa péssima reputação praticamente dois anos depois de sua suposta morte.
Rainha Cripto no fundo do mar
De acordo com a história publicada no dia 17 de fevereiro, os repórteres do Bird, Dimitar Stoyanov e Atanas Tchobanov, disseram que documentos da Polícia apontavam que Ignatova foi morta por ordens de um traficante de drogas em seu iate.
O assassino, segundo uma fonte anônima no relatório da polícia, seria um sócio de Ignatova – embora não esteja claro de que ele também estava envolvido na fraude da OneCoin.
Segundo o Bird, o corpo de Ignatova foi esquartejado e jogado no Mar Jônico, um canal ao sul do Mar Adriático entre a Itália e a Grécia.
O artigo surge na mesma semana em que o antigo namorado de Ignatova, Gilbert Armenta, foi condenado a cinco anos de prisão por seu envolvimento no golpe da OneCoin.
É importante ressaltar que os documentos policiais citados no artigo dizem que a fonte, alegando que Ignatova foi morta, estava intoxicada na época. O Decrypt não conseguiu respostas do Bird.
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Fraude da OneCoin
Os patrocinadores por trás da OneCoin, lançada em 2014, alegavam que ela era uma criptomoeda minerável com um suprimento máximo de 120 bilhões de moedas.
O esquema atraiu centenas de investidores com a promessa de se tornar o próximo Bitcoin. Mas, ao contrário da BTC, a blockchain do OneCoin não existia.
O total desaparecimento de Ignatova levou os investigadores a acharem que ela havia mudado sua aparência, mas esse relatório sobre a morte de Ignatova pode explicar porque a recompensa de US$ 100 mil oferecida pelo FBI continua intocada.
Em dezembro, o sócio de Ignatova e cofundador da OneCoin, Karl Sebastian Greenwood, declarou-se culpado de acusações federais de fraude bancária e lavagem de dinheiro relacionadas com o esquema.
Em janeiro, um registro de uma propriedade londrina junto ao governo britânico deu a entender que Ignatova havia ressurgido. O arquivo listou Ignatova como proprietária beneficiária da Abbots House Penthouse Limited, uma empresa sediada em Guernsey que havia comprado uma cobertura multimilionária no subúrbio de Kensington, em Londres.
Se Ignatova ainda estiver viva, ela vai enfrentar diversas acusações de fraude bancária, conspiração para cometer fraude bancária, fraude de títulos e conspiração para cometer lavagem de dinheiro, cada qual com uma pena máxima de 20 anos em prisão federal.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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