Homem em prantos de frente a uma gráfico em queda
Foto: Shutterstock

“Perdi mais de 90% do meu bitcoin fazendo todo tipo de burrice”, admitiu o economista carioca ₿ernardo ₿raga, com ‘₿’ de Bitcoin, no Twitter na semana passada. Ele relatou em uma thread na rede social como lidou com o mercado de alta e baixa do BTC desde 2017 até se tornar um maximalista.

Seis anos atrás, a maior criptomoeda do mercado disparou de US$ 3 mil para cerca de US$ 20 mil em poucos meses, batendo o recorde de preço daquele ciclo em 18 de dezembro.

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Conforme relata na publicação, Braga só se deu conta dos perigos do mercado cripto um tempo depois, quando chegou à conclusão que havia feito “todo tipo de burrice”. A expressão usada por ele, contudo, é recorrente no mercado novo e de alta volatilidade, cercado por armadilhas de golpistas que exploram o setor.

“Quando eu entendi o que era o dinheiro, eu entendi por que o Bitcoin era um ‘dinheiro superior’, uma tecnologia com o poder de libertar a humanidade da escravidão”, disse Braga ao Portal do Bitcoin durante uma conversa na sexta-feira (10), onde afirmou que “depois dessa época o que realmente ficou foi o Bitcoin e a Meditação”.

“Aqui está o que aprendi com o Bitcoin”

Ele começa contando que em 2017 podia poupar aproximadamente 40% de sua renda, quando trabalhava na Europa, sem citar em qual área. “Se tivesse entendido a importância de DCA e HODL naquela época, hoje provavelmente teria grana guardada para o resto da vida”, lamentou.

As siglas DCA e HODL se referem a estratégias de investimento de longo prazo. Bernardo relembra que, naquela época, manter saldo bancário falava mais alto.

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“Infelizmente, a mentalidade fiat estava impregnada em mim, e acabei perdendo MUITO dinheiro com shitcoins, trading alavancado e scams”, relata. Mesmo antes de 2017, o mercado cripto já era explorado por hackers e projetos fraudulentos, mas a partir dos anos seguintes ocorreu uma onda gigantesca de fraudes no setor.

Bernardo disse que levou cerca de três anos para entender o mercado do bitcoin e adquirir mentalidade que o fez levar mais a sério a nova tecnologia, se tornando um maximalista da criptomoeda.

Mas essa foi apenas a primeira lição.

“Quando você menos esperar, a vida vai te dar porrada”

Depois de perder dinheiro com escolhas erradas, Bernardo afirma que ainda viveu bem entre 2020 e 2021 com a valorização da moeda. “O bitcoin entrou em um ciclo de touro louco, alimentado por impressão de dinheiro descontrolada”, disse ele, se referindo à impressão de dólares pelos EUA. “Dei all-in [investir todo o dinheiro] e tinha certeza que o bitcoin ia subir para sempre.”

“A vida estava fácil”, recorda. Ele então resolveu largar seu emprego e criar uma startup — e financiou um carro novo sem saber o que poderia vir pela frente. Para sua decepção, o que veio foi um bear market.

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Com o novo ciclo de baixa do bitcoin, Bernardo estava sem renda e seu novo negócio ainda não havia engrenado. Por conta da situação financeira, precisou vender alguns satoshis, segundo ele, “a preço de banana”. Ele acrescentou: “2022 foi ano de levar porrada e aprender lições importantes”.

Dinheiro foi para segundo plano

“Não importa o quanto dinheiro você tenha, se sentir bem ou se sentir mal é uma escolha”, disse Bernardo em sua “Lição #3”. Para ele, apesar da falta de dinheiro ser estressante, outras coisas, que não custam nenhum centavo, estão ao seu redor.

“Apreciar o que se tem de mais valioso nessa vida, como família, amigos, natureza e evolução pessoal custa exatamente zero reais — dinheiro apenas amplifica o seu estado de espírito”, escreve.

Bernardo conclui enaltecendo “o poder do Bitcoin” e enviando uma mensagem aos hodlers da criptomoeda: “Daqui a 2-3 ciclos, o perrengue de hoje vai ser motivo de risada”.

Durante a conversa com a reportagem, Braga disse que sua previsão para o final de 2023 é que o bitcoin vai conitnuar valendo “1 BTC, ou 100.000.000 sats”, e é isso que importa.

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Vale observar que sua história pode servir de alerta para novos investidores do bitcoin e outras criptomoedas, além de remeter à ideia de que é preciso se educar antes de investir em qualquer negócio.

Red Pill, meditação e Bitcoin

Bernado Braga mudou com sua família do Rio de Janeiro para São Paulo quando tinha apenas 16 anos. Ele então se formou em Economia na USP e passou a trabalhar com finanças de diferentes indústrias. Depois ele foi para a Europa e cursou MBA na IESE Business School em Barcelona, juntando trabalho e diversão. “Sempre fui muito “work hard, play harder”.

Em 2017, ano em que comprou seus primeiros satoshis, morava na Holanda e trabalhava na Kraft Heinz. Ele conta que passou por um momento difícil de adaptação e teve que lidar com uma crise de ansiedade até começar a se reinventar.

“Abracei um monte de coisas: meditação, veganismo, livros de desenvolvimento pessoal, documentários redpill”. Ele então assistiu à série ‘The Hidden Secrets of Money’ e logo em seguida o Bitcoin surgiu à sua frente.

“Eu — assim como muita gente — me perdi no mar de ruído que tem em volta do sinal. O sinal é o BITCOIN… e o ruído? Altcoins, Web3, Metaverso, ICOs, Trading, NFTs… todas essas tranqueiras que só atrapalham e confundem quem está no início da trajetória na toca do coelho”.

Atualmente com 38 anos, Braga trabalha para acelerar o lançamento de sua startup de serviços financeiros nativa em Bitcoin chamada Plebz, cujo foco será compra e venda de BTC e custódia baseada em “Collaborative Custódia Multisig”.

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“Estou focado em duas coisas agora: levantar uma rodada anjo pra poder antecipar a feature do cartão de crédito, pois é o que os bitcoinheiros mais desejam, e descobrir se faz sentido também lançar na Argentina.”

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