Uma mansão considerada a mais cara da Venezuela foi colocada à venda no início do ano por US$ 26 milhões. No entanto, por falta de comprador, o dono do imóvel resolveu baixar o preço para US$ 20 milhões (cerca de R$ 107 milhões) e liberou a imobiliária a aceitar criptomoedas como forma de pagamento.
A mansão, construída no ano 2000, está localizada em uma colina chamada El Volcán, o ponto mais alto da cidade de El Hatillo, que fica no estado de Miranda. Seu dono, segundo informações do site Armando Info, é o empresário Manuel José Escotet Rodríguez, irmão do fundador do banco venzuelano Banesco.
Conforme explica a publicação, Rodríguez teria comprado o imóvel há 22 anos, ou seja, logo depois dele ser construído.
Um vídeo da mansão que circula na internet mostra tanto o exterior quanto o interior dos 15.000 m² que envolvem o imóvel. A mansão conta com 14 quartos, 20 banheiros e áreas comuns em imóveis do porte, como piscina, quadras etc.
Seu preço, segundo o corretor de imóveis Rafael Klemper, é muito superior ao de outras mansões na região, que geralmente são vendidas por US$ 3 milhões a US$ 8 milhões.
O histórico da negociação de imóvel com criptomoedas na Venezuela, no entanto, pode diminuir as expectativas do vendedor. Segundo o diretor de uma empresa local especializada em contratos imobiliários com pagamento em cripto, por exemplo, as transações desse tipo ainda não costumam ultrapassar a casa dos US$ 50 mil.
Se o custo astronômico de um imóvel hoje é proibitivo para um país em crise, comenta o portal Armando – no qual apartamentos de classe média que antes custavam US$ 300 mil são negociados por US$ 50 mil – vem à tona a questão de como negociar uma compra por US$ 20 milhões.
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Mas dá para comprar parcelado também. Uma corretora de Delaware (EUA) vende o imóvel pelo mesmo preço, com uma entrada de US$ 4 milhões e parcelamento em até 30 anos, com prestações mensais de US$ 94,7 mil (cerca de R$ 500 mil).
Aliás, o que pode ser incompreensível é navegar no site da corretora e ver que imóveis do mesmo porte do venezuelano localizados nos EUA são oferecidos por valores aproximados aos US$ 20 milhões e até menos. Uma mansão na Flórida, por exemplo, com 16.500m², foi listada no início do ano por US$ 24,5 milhões.
Criptomoedas na Venezuela
Em razão da forte desvalorização do Bolívar e hiperinflação nos últimos anos, os venezuelanos passaram a usar as criptomoedas como alternativa. Bitcoin, Nano e Decred foram algumas das mais adotadas no país.
Ao perceber que o a nova modalidade de transferências poderia driblar sanções internacionais, o presidente Nicolás Maduro criou a Petro, uma criptomoeda nacional que começou a ser emitida no início de 2018.
Vieram então as controvérsias, pois tudo levava a crer que a moeda era centralizada, indo de encontro com os fundamentos do mercado cripto, intrinsecamente descentralizado.
Veja o vídeo da mansão.