Imagem da matéria: Zimbábue, um País com Histórico de Hiperinflação, Proíbe Operações com Bitcoin
(Foto: Shutterstock)

O Banco Central do Zimbábue decidiu banir toda e qualquer operação com Bitcoin no país, apesar do interesse crescente na moeda digital.

Segundo o site CCN, o objetivo das autoridades monetárias com a proibição é de preservar a segurança, integridade e solidez do sistema bancário nacional.

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“Todas as instituições financeiras são obrigadas a garantir que não usem, negociem, mantenham e /ou efetuem transações de qualquer tipo com moedas virtuais”, disse o comunicado.

O interesse pelo Bitcoin e outras criptomoedas é grande no Zimbábue e aumentou depois de novembro de 2017, quando um golpe de Estado derrubou o ditador Robert Mugabe, que estava no poder desde a independência do pais, em 1980.

Passado econômico turbulento

O interesse do Zimbábue pelo Bitcoin pode ser entendido facilmente pelos percalços econômicos dos últimos anos.

O país viveu um dos maiores processos de hiperinflação da história em 2008, que atingiu nada menor que 231.000.000% ao ano e derreteu o valor da então moeda oficial, o dólar zimbabuano.

Em consequência, no ano seguinte o país adotou um sistema de múltiplas moedas, incluindo o dólar americano e a sul-africana rand, substituindo aos poucos o dólar zimbabuano. Em 2015, o governo começou a tirar a antiga moeda de circulação, que na prática já não possuía valor algum.

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Para se ter uma ideia, a nota mais alta do país na época valia 100 trilhões de dólares zimbabuanos. E para obter um dólar americano eram necessários nada menos de 35 quadrilhões de dólares zimbabuanos.

Bitcoin como alternativa

Nesse contexto, o Bitcoin e outras criptomoedas emergem como opções mais seguras de investimento e como alternativa à escassez financeira do país.

A agência local de câmbio de criptomoedas Golix, a maior do país, apresenta como missão em seu site “dar autonomia financeira a cada pessoa na África”. A empresa conta até com caixas eletrônicos de bitcoins para seus clientes, instalados no escritório da empresa em Harare, capital do país.

Além da Golix, que opera desde 2014, há outras companhias atuando no mercado de criptomoedas de olho nesse potencial, como a Styx24. Nenhuma das duas agências possui autorização do governo zimbabuano para atuar com medas digitais.

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“Na verdade, não sabemos o que o governo pensa”, declarou Tawanda Kembo, CEO da Golix, ao site Bitcoin.com em abril passado.

A ordem das autoridades monetárias do país de proibir operações com bitcoin, no entanto, deixa bem clara a posição do governo sobre as criptomoedas.

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