Muitos especialistas e entusiastas do mercado cripto já consideram os Security Tokens como uma das próximas grandes tendências, podendo até mesmo se tornarem carro chefe da indústria.
Entretanto, o conceito dos Security Tokens é bastante recente e várias pessoas ainda podem achá-los confusos e possuir dúvidas. Neste artigo, vamos explicar tudo sobre eles.
Boa leitura!
O que são Security Tokens?
Para trazer luz a esse assunto e entender mais sobre os Security Tokens, é preciso definir, primeiramente, o que é um security.
Os securities podem ser entendidos como ativos negociáveis (obrigações, débitos, ações, garantias, por exemplo). De forma bem simples e prática, um security é como ter algo ou parte dele sem a necessidade de possuí-lo. Pensando no ouro: um security de ouro significa que você possui quantidades desse metal sem precisar adquiri-lo fisicamente.
Investir em securities é algo comum e é feito principalmente por grandes companhias e governos com o objetivo de arrecadar valores de investidores. Estes, por sua vez, recebem seus dividendos, taxas geradas por juros, parte do lucro da companhia ou do projeto.
Quando todo o processo é realizado através de uma Blockchain, utilizando tokens, o security passa a ser chamado de Security Token. Logo, esse termo é usado para definir os securities criptográficos comprados por investidores e que geram os dividendos, dividem lucros e pagam juros para esses investidores no futuro.
Por que utilizar Security Tokens?
A principal vantagem de utilizar os Security Tokens para esse modelo de investimento é a liquidez. Os securities tradicionais, como ações e imóveis, possuem problemas nesse aspecto.
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Com a tecnologia utilizada pelos tokens e a Blockchain, os dividendos podem ser pagos de forma simples, através dos Smart Contracts, agilizando e automatizando o processo de forma que no mercado tradicional seria impossível.
Quando pensamos em valores, o preço das Security Tokens não está ligado à especulação única, como é o caso de outros criptoativos, como o Bitcoin, por exemplo. Os tokens são apoiados pela seguridade que a companhia responsável pela emissão deles oferece. Para garantir a segurança, diversos testes são realizados.
O que é uma STO e como ela se diferencia de uma ICO?
As STOs (Security Token Offerings) e as ICOs (Initial Coin Offerings) possuem semelhanças quando se trata da forma como os ativos são entregues aos investidores. Entretanto, as STOs são regidas por regulamentações bem mais rígidas do que as ICOs.
A diferença entre ICO e STO é que as STOs são respaldadas por ativos e estão em acordo com a governança regulatória de órgãos responsáveis. Por sua vez, a maioria das ICOs podem passar por brechas em estruturas legais e não precisam, necessariamente, de registro ou do cumprimento de regulamentações.
Isso ocorre porque as moedas das ICOs estão posicionadas como Utility Tokens, dando aos usuários acesso a plataformas nativas ou até mesmo aplicativos descentralizados. O argumento utilizado é que, por ser um Utility Token, o objetivo é o uso e não o investimento.
Por conta disso, a barreira para que as empresas possam lançar uma ICO é muito menor do que uma STO, uma vez que não há a necessidade de realizar todos os processos iniciais para estar em conformidade com a governança regulatória dos órgãos responsáveis. Além disso, as empresas podem vender suas moedas junto ao público em geral para arrecadar fundos.
Já uma STO possui uma dificuldade maior para ser lançada, porque o objetivo é oferecer um contrato de investimento que esteja dentro da lei de valores mobiliários. A empresa que quiser lançar uma STO precisa realizar todos os trâmites para que as normas relevantes sejam cumpridas. As empresas também só podem arrecadar fundos com investidores que estejam credenciados e cumpram os requisitos.
O futuro parece ser bastante promissor, mas é fundamental estudar e acompanhar a forma como o mercado se transforma, seja ele o tradicional ou o cripto. Assim, você poderá realizar as escolhas mais certeiras no momento de investir!
Sobre o autor
Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.