Até esta segunda-feira (3) já haviam sido levantados 3,6 bitcoins para custear a revisão do BIP-119, um protocolo que está sendo desenvolvido para facilitar a criação de smart contracts e que tem como objetivo entregar funcionalidades de escalabilidade, descentralização, autocuidado e privacidade.
Na cotação do momento, o projeto já juntou mais de US$ 170 mil para terminar sua fase de testes.
A informação sobre o levantamento de fundos foi divulgada pelo desenvolvedor que escreveu a proposta, Jeremy Rubin, em seu perfil no Twitter:
Dois doadores se destacaram, tendo cada um deles colocado um bitcoin inteiro no projeto.
Alistair Milne, investidor e CIO da Altana Digital Currency Fund desde 2014, resolveu colocar a mesma quantia que Zhu Su, CEO da 3ac e investidor em NFTs e projetos DeFi.
BIP-119 (OP_CTV)
A Proposta de Melhoria do Bitcoin (BIP) 119, que quer introduzir uma espécie de convênios (“covenants”) na rede do bitcoin.
Leia Também
Os covenants fazem parte de uma categoria de alterações que permitem definir as condições que um bitcoin pode ser gasto. Por exemplo, um covenant pode permitir apenas gastos com um conjunto de scripts da lista de permissões, como devolver bitcoins ao saldo do usuário ou gastos em um endereço de teste, conforme descrito no Bitcoin Opcore.
De forma geral, o convenant vai permitir que o bitcoin ganhe habilidades de contratos inteligentes à medida que torna possível definir como uma moeda pode ser gasta além da propriedade da chave.
Nesta categoria de melhoria, a proposta BIP-119 se mostra a mais avançada. Através dela, o convênio chamado OP_CHECKTEMPLATEVERIFY ou OP_CTV permite ao usuário pré-definir um esquema de gastos de moedas entre emissor e destinatário da transação.
Na véspera de natal, o desenvolvedor que escreveu a proposta, Jeremy Rubin, publicou um roadmap que traça uma possível rota de ativação da BIP-119 semelhante ao do Taproot.
De acordo com Rubin, há chances da BIP-119 ser integrada ao bitcoin através de um soft fork em novembro de 2022.
Para isso acontecer, o seguinte cenário ideal deve se concretizar: Em março, desenvolvedores chegam a um acordo sobre a fusão da implementação da BIP-119. Em abril, um consenso é alcançado sobre as regras de sinalização que inicia em 1° de junho e vai até 1° de setembro. Nessa janela de três meses, a maioria dos mineradores sinalizam a favor da BIP-119 e a ativação final acontece em 10 de novembro.
Embora seja difícil saber se o cenário mais otimista vai se desenhar ao longo do ano que vem, Rubin parece confiante no sucesso do roadmap já que a BIP-119 seria “uma atualização limpa, bem contida e não problemática que vai entregar funcionalidades incríveis em serviço de escalabilidade, descentralização, autocuidado e privacidade”.