Em nosso relatório de 2024, a expectativa era de que o Bitcoin atingisse um novo recorde antes de outubro de 2024, superando a marca de US$ 70 mil (o que ocorreu).
Esse cenário foi projetado devido à proximidade do halving, que historicamente impulsiona o preço do Bitcoin ao reduzir a oferta de novos BTC em circulação.
Esperava-se que esse evento causasse um aumento na demanda e na especulação, especialmente com o crescente interesse institucional em produtos relacionados a criptomoedas, como o lançamento de ETFs à vista de Bitcoin nos Estados Unidos.
Bitcoin alcançará US$ 200 mil em 2025
Em 2025, com a crescente adoção institucional e um ambiente macroeconômico mais favorável, a previsão é de que o Bitcoin ultrapasse a marca de US$ 200 mil, dobrando em valor em relação ao recorde de 2024, até agora.
A dinâmica de mercado pós halving e a busca de investidores institucionais por ativos de reserva de valor deverão atuar como propulsores para que o ativo alcance novos patamares de preço.
Para que o Bitcoin atinja esse patamar, dois fatores principais serão fundamentais:
Adoção Institucional e ETFs Spot:
Em 2024, vimos uma expansão na aceitação institucional do bitcoin, com gestores de ativos como BlackRock e Fidelity entrando no mercado de ETFs de bitcoin. Esses produtos simplificam o acesso de investidores institucionais, tornando-o mais atraente para fundos de pensão, fundos de hedge e investidores institucionais que anteriormente não tinham acesso direto ao ativo. Em 2025, espera-se que esse movimento se fortaleça, com um fluxo de capital crescente para esses produtos e um aumento na demanda por bitcoin.
Aumento da demanda por ativos de reserva de valor:
Em um cenário macroeconômico que ainda apresenta incertezas, o Bitcoin está se consolidando como um ativo de reserva de valor semelhante ao ouro, especialmente entre os investidores mais jovens.
A natureza descentralizada e a escassez programada do Bitcoin tornam-no atrativo como uma proteção contra crises. A partir de 2025, a adoção de Bitcoin como reserva de valor deverá aumentar, acompanhada de uma busca por diversificação de carteiras por investidores institucionais e indivíduos em busca de proteção patrimonial. Larry Fink, CEO da BlackRock, vem defendendo essa tese sempre que fala publicamente sobre Bitcoin.
Resumo da tese: O bitcoin alcançará o patamar 200 mil dólares até o dia 31 de dezembro de 2025.
Inteligência artificial será uma das principais trends do mercado cripto
A integração da inteligência artificial (IA) com a tecnologia blockchain representa um dos movimentos mais inovadores e promissores do setor. Em 2025, espera-se que o número de aplicações que combinam IA e blockchain cresça cerca de 200%, evidenciando uma forte sinergia entre essas duas áreas.
A IA, com sua capacidade de analisar grandes volumes de dados, automatizar decisões e detectar padrões de comportamento, se encaixa de maneira ideal com a blockchain, que oferece segurança e transparência. Juntas, essas tecnologias poderão transformar áreas como:
Análise de dados de mercado: Algoritmos de IA são capazes de
detectar rapidamente padrões e tendências em dados on-chain e fora da
cadeia. Isso pode beneficiar traders, investidores institucionais e empresas
que precisam de insights em tempo real sobre o comportamento do
mercado.
Gerenciamento de riscos e compliance: IA pode atuar na detecção de atividades suspeitas e na gestão de riscos em plataformas DeFi (finanças descentralizadas). Com o uso de IA, os sistemas se tornam capazes de identificar rapidamente transações incomuns e até prever potenciais ataques.
Automação de processos e otimização de redes: Ferramentas de IA permitem a automação de tarefas repetitivas e a otimização dos recursos das redes blockchain. No caso de contratos inteligentes, a IA pode ajudar a identificar possíveis vulnerabilidades e assegurar que processos sejam executados de maneira eficiente.
Acreditamos que IA ainda está na sua infância na intersecção com cripto e o melhor gráfico que representa isso é esse abaixo:
Outros setores da indústria de blockchain já começam a adotar a IA, como exchanges descentralizadas (DEX) que utilizam IA para monitoramento de segurança e otimização de preços, além de plataformas de análise de dados para desenvolver insights preditivos sobre ativos cripto.
De acordo com o relatório da Messari, o crescimento esperado de 200% em aplicações de IA no mercado cripto indica que a adoção de IA em blockchains não é mais uma tendência isolada, mas um movimento consolidado para os próximos anos.
Esse crescimento será incentivado por:
Redução de fraudes e aprimoramento de segurança: Sistemas de IA são utilizados para prever comportamentos suspeitos e fraudes em DeFi, melhorando a proteção dos usuários.
Adoção institucional: Grandes empresas financeiras e tecnológicas estão se interessando por soluções que combinem blockchain e IA para criar ambientes de trading mais seguros e eficientes. A implementação de IA nesses novos contextos contribui para melhorar a segurança e a escalabilidade das redes, criando uma base sólida para a expansão dos criptoativos.
Resumo da tese: Em 2025, espera-se que o número de aplicativos descentralizados que combinam IA e blockchain aumente 200% em relação ao final de 2024. Além disso, esperamos que pelo menos um representante desse segmento atinja o patamar de US$10 bilhões.
Projetos de Finanças Descentralizadas (DeFi) ultrapassarão US$ 10 trilhões em volume acumulado de transações
As Finanças Descentralizadas (DeFi) têm revolucionado o mercado financeiro, oferecendo uma alternativa transparente e sem intermediários aos sistemas bancários tradicionais.
Em 2025, espera-se que o volume acumulado de transações no setor DeFi atinja a marca de US$ 10 trilhões de, impulsionado pelo crescimento de aplicações mais sofisticadas, pela adoção de mais investidores e pelo imponderável resultado das inovações recorrentes que podem trazer novas aplicações ainda não imaginadas.
Esse crescimento deve ocorrer em várias frentes, como plataformas de empréstimos. Protocolos como Aave e Compound, e suas imitações, continuarão atraindo usuários devido às suas taxas de juros, facilidade de uso e tempo de mercado.
Paralelo a isso, outras plataformas, mais novas, poderão criar mecanismos de incentivos para atrair novos usuários. Isso pode ser também um catalisador para atração de capital e volume transacionado.
Além disso, as Exchanges Descentralizadas (DEXs) também podem contribuir para esse volume acumulado. A popularidade de DEXs como Uniswap, Raydium e Pancakeswap reforça o movimento de migração dos usuários de exchanges centralizadas para as descentralizadas, que oferecem maior segurança e controle dos ativos.
Outro mercado que DeFi ainda está engatinhando, mas que tem enorme potencial é o de derivativos. Plataformas de derivativos DeFi como Jupiter, Hyperliquid e GMX estão se expandindo, oferecendo instrumentos financeiros complexos que permitem aos usuários protegerem suas posições e obterem rendimentos em ambientes de baixa volatilidade.
Cada um desses segmentos desempenha um papel importante no aumento do volume de transações e contribui para que DeFi se torne uma alternativa cada vez mais relevante no mercado financeiro global.
Para que essa projeção de US$ 10 trilhões se concretize, alguns fatores cruciais serão decisivos:
Adoção Institucional: Empresas financeiras e investidores institucionais estão começando a adotar DeFi como uma maneira de diversificar portfólios e melhorar rendimentos. Conforme essas entidades se tornam mais confortáveis com o uso de protocolos descentralizados, a quantidade de capital injetada em DeFi aumenta substancialmente.
Inovações: Soluções como escalabilidade em Layers 2, que melhoram a velocidade e reduzem os custos de transação no Ethereum, têm atraído um número crescente de usuários para o setor DeFi.
Resumo da tese: Até o dia 31 de dezembro de 2025 teremos alcançado o patamar de US$10 trilhões acumulados de volume, segundo os dados do DeFi Llama.
O ether enfrentará pressão das redes Layer 2 e não superará a valorização do Bitcoin em 2025
Em meio a uma forte reavaliação de expectativas, a gestora de ativos VanEck, que antes projetava o preço do Ether (ETH) para 2030 em torno de US$ 22.000, revisou drasticamente essa previsão para aproximadamente US$ 7.300 por token.
O motivo principal para essa redução é o crescimento acelerado das redes de segunda camada (L2s), que estão tomando fatias de mercado significativas do Ethereum, especialmente em relação ao Valor Total Bloqueado (TVL) e ao Miner Extractable Value (MEV).
A projeção inicial da VanEck assumia uma divisão de 50:50 entre Ethereum e as L2s para o TVL e o MEV. No entanto, os dados mais recentes mostram uma mudança radical para uma proporção de 10:90 a favor das L2s, o que representa uma transformação no fluxo de valor dentro do ecossistema de Ethereum.
Com as L2s absorvendo uma fatia crescente de receita de transações, o ether encontra-se em uma posição de competitividade desafiadora em relação ao Bitcoin, que se beneficia da entrada de capital institucional com a popularização dos ETFs.
Para sustentar a tese de que o Ether não superará a valorização do Bitcoin em 2025, destacamos dois fatores principais:
Perda de dominância do Ethereum em TVL e MEV: Historicamente, o Ethereum manteve sua dominância em termos de TVL e MEV. Contudo, o avanço das soluções L2 que apresentam custos de transação mais baixos e escalabilidade superior está desviando o fluxo de valor do Ethereum para as L2s. Essa nova dinâmica compromete a posição do ether como o principal ativo de infraestrutura e aumenta a incerteza em torno de sua valorização.
Preferência do mercado institucional pelo bitcoin: O Bitcoin tem atraído mais atenção do mercado institucional, especialmente com o lançamento de ETFs nos Estados Unidos. Esse fluxo de capital institucional é menos volátil e geralmente reflete um interesse de longo prazo, beneficiando diretamente o BTC.
O ether, por outro lado, enfrenta mais resistência regulatória e desafios de adoção institucional, que podem limitar sua valorização em 2025. O histórico de ciclos anteriores mostra que o halving impulsiona a valorização do bitcoin, enquanto o ether depende de aumentos na atividade da rede.
O recente relatório da VanEck indica que as redes L2 estão capturando mais receita de transações do que o previsto, o que compromete a valorização do ether. A imagem da planilha anexada ao relatório da VanEck mostra a diferença substancial entre o modelo original e o revisado, com uma redução drástica na expectativa de valorização do Ether.
Resumo da tese: Dada a forte dependência do Ethereum em manter sua participação de mercado nas L2s, somada à pressão do avanço do bitcoin via halving e ETFs, é provável que o ether não supere a valorização do bitcoin em 2025.
Firedancer e a explosão de transações na Solana
A Solana vem se destacando como uma das principais blockchains no universo cripto, principalmente por sua capacidade de processar grandes quantidades de transações com baixas taxas e alta velocidade.
No entanto, à medida que o ecossistema cresce e mais dApps, jogos e casos de uso entram na plataforma, a demanda por maior escalabilidade também aumenta.
O Firedancer, é um novo client validador desenvolvido pela Jump Crypto, empresa especializada em trading quantitativo no mundo das finanças tradicionais, que surge como uma solução fundamental para lidar com essa questão, oferecendo diversas otimizações a nível de infraestrutura que prometem aumentar consideravelmente a capacidade transacional da Solana.
Um client é um software (programa de computador) que roda nos nós validadores das blockchains e contém a lógica responsável por todas as tarefas que os nós precisam executar para participar corretamente do processo de validação, desde a primeira etapa de agregação de transações, checagem de assinaturas, até a parte de execução das mesmas e consenso entre os nós quanto à validade dos blocos propostos.
A principal característica do Firedancer é sua arquitetura inovadora que permite uma maior eficiência na validação de transações. Ao utilizar um sistema modular e técnicas de processamento paralelizado, testes preliminares indicaram a capacidade de processar até 1 milhão de transações por segundo.
Isso representa uma melhoria drástica em relação à capacidade atual da Solana, que processa aproximadamente 5.000 transações por segundo no total, mas das quais, apenas cerca de 1.000 a 2.000 são transações reais (exclui-se transações que contém apenas os votos dos validadores).
Introdução ao Firedancer
O Firedancer não apenas promete aumentar a capacidade transacional da Solana, mas também transformar a forma como a blockchain lida com grandes volumes de dados.
Com a dita potencial capacidade de processar até 1 milhão de transações por segundo, mesmo uma fração desse número significaria uma transformação na maneira como a Solana é usada por seus desenvolvedores e usuários.
Esse aumento de eficiência pode atrair mais projetos para a Solana, como dApps de alta demanda, exchanges descentralizadas (DEXs), jogos blockchain e aplicações financeiras que precisam de um throughput elevado.
Com essa infraestrutura robusta, espera-se que a Solana se torne a blockchain preferida para aplicações que exigem escalabilidade massiva. Protocolos que dependem de alto volume de transações, como plataformas de negociação de alta frequência e sistemas de pagamento global, podem encontrar na Solana a solução ideal para seus desafios de escalabilidade.
O Firedancer também pode abrir portas para novos modelos de negócios baseados em micropagamentos e transferências de valor instantâneas, sem os gargalos e custos que outras blockchains concorrentes enfrentam.
O principal benefício é a diversificação do número de clients da rede, isso é muito relevante, pois caso tenhamos uma rede muito concentrada em um client (ou em clients com a mesma base de código, como é o caso dos validadores Agave e Jito-Solana) há um risco maior da rede ficar fora do ar devido a bugs nos mesmos, que derrubam os validadores. Quando tiverem mais clients disponíveis, os nós se dividirão rodando as diversas opções, e isso torna a rede mais resiliente contra bugs em um único client.
O Firedancer também reduz significativamente o custo, aumenta as receitas e reduz a complexidade de operar um nó validador. Isso significa que um maior número de validadores pode entrar na rede sem a necessidade de equipamentos caros ou de habilidades técnicas avançadas.
Esse aumento na participação dos validadores não apenas aumenta a segurança da rede, mas também tende a reduzir a centralização, um problema comum em outras blockchains que dependem de grandes participantes para operar seus nós. Outro benefício crucial é a escalabilidade.
O uso de RSS (receive-side scaling), que distribui as cargas de trabalho entre várias CPUs, aumenta a eficiência de processamento de dados, tornando a rede capaz de lidar com volumes de transações muito maiores.
Essa tecnologia permite que a Solana mantenha seu compromisso com transações rápidas e de baixo custo, mesmo em momentos de alta demanda. Além disso, o sistema modular do Firedancer facilita a manutenção e a implementação de novas melhorias tecnológicas, permitindo que a rede continue evoluindo conforme as necessidades do mercado cripto aumentam.
Desafios
Embora o Firedancer traga promessas significativas para o futuro da Solana, ele também enfrenta alguns desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento do Firedancer ainda está em andamento.
Atualmente, ele está em fase de testes na mainnet, com previsão de lançamento completo em meados de 2025. Até que a solução esteja completamente implementada, ainda restam incertezas sobre sua integração com o ecossistema existente da Solana e como ela será adotada pelos desenvolvedores e validadores.
Outro desafio importante é a adoção do Firedancer pelos validadores da rede. Embora ele ofereça benefícios claros, pode haver resistência à mudança, especialmente por parte dos operadores de nós que já estão confortáveis com o client validador existente.
A Jump Crypto precisará trabalhar para garantir que a transição seja suave e que o Firedancer seja compatível com os protocolos atuais. Além disso, a comunidade terá que observar se o aumento prometido na capacidade de transações será atingido de forma eficaz e sem comprometer a segurança da rede.
Conclusão
O Firedancer representa um salto tecnológico significativo para a Solana e seu ecossistema, tanto que o próprio Anatoly afirmou que, quando o Firedancer estiver totalmente completo e com mais de 30% dos validadores da rede, retirará o label de beta da atual mainnet, representando quase que um endgame para a Solana.
Com sua capacidade de escalabilidade e eficiência aprimoradas, ele pode transformar a rede em uma das blockchains mais rápidas e seguras do mercado, capaz de lidar com a crescente demanda por transações rápidas e econômicas.
Se o desenvolvimento e a implementação forem bem-sucedidos, o Firedancer poderá consolidar a Solana como líder no espaço cripto, oferecendo uma infraestrutura preparada para o futuro das finanças descentralizadas, jogos blockchain e muito mais.
Resumo da tese: O novo client Firedancer será lançado na rede da Solana em 2025 e apresentará performance real de pelo menos 10.000 tps.
Hacks & Exploits em 2025
Introdução
Hacks e Exploits são sem dúvidas um dos maiores riscos associados ao mercado de criptoativos, principalmente aos segmentos mais dependentes de contratos inteligentes e bridges.
A natureza não-custodial e descentralizada da Web3 dificulta o combate e identificação destes criminosos e, apesar de ainda percebermos alguns erros triviais entre as ocorrências, os ataques rebuscados, realizados principalmente por equipes especializadas e patrocinadas (até mesmo por Estados, como o Grupo Lazarus, associado a Coréia do Norte) estão cada vez mais presentes e exigem novas medidas de segurança e diligência por parte dos builders e usuários.
Histórico
Desde o primeiro pico de adoção de plataformas de contratos inteligentes em 2018, vemos um aumento correlacionado do número de hacks com o volume total desviado, algo que era esperado.
Os volumes recuaram um pouco em 2019 e 2020, fruto da popularização de maiores meios e informações para a segurança dos contratos e aplicações, mas o número absoluto de ocorrências seguiu crescendo.
Até que chegamos à última bull run, onde a quantidade de surgimento de novos honey pots era maior do que a velocidade com que a segurança evoluía, impulsionando novamente os atacantes.
No ano de 2023, observamos uma redução no volume desviado que vai em linha com a queda no preço dos criptoativos, mas a manutenção na ordem de grandeza das ocorrências, deixa claro que os hackers continuam seus trabalhos a todo vapor, com uma diferença crucial, de que agora temos uma maior presença de agentes estruturados e sofisticados, bem como protocolos ainda maiores e mais atrativos.
Do ponto de vista das vítimas dos ataques, percebemos uma mudança de perfil ao longo dos últimos anos, com os atacantes focando mais em grandes honey pots de DeFi e em serviços centralizados do que em vítimas privadas ou pequenos projetos. Acreditamos que esta tendência deve continuar, pois a quantidade de capital injetada nestes protocolos deve aumentar consideravelmente nos próximos meses, o que atrairá ainda mais os hackers.
Como estamos em 2024?
Até o final do mês de Setembro tínhamos cerca de US$2,1 bilhões desviados e até o final de novembro deste ano, a cifra aumentou para US$2,8 bilhões roubados em Hacks, com os serviços centralizados sendo a principal vítima do ano.
Esse valor já supera os US$1,7 bilhões de 2023 com folga. A sazonalidade de hacks também aparenta se manter, com os ataques sendo mais frequentes em quantidade e em volumes no segundo semestre tanto de 2023 como de 2024, principalmente nos meses de setembro e novembro.
Perspectivas para 2025
Para o próximo ano, infelizmente, é esperado um agravamento neste cenário. A expectativa de novos topos históricos no preço do Bitcoin e das altcoins e uma nova corrida ao ouro no mercado dos criptoativos deve atrair, não só mais capital para o ecossistema, quanto também crescer o capital já existente patamares ainda não vistos anteriormente e, conforme a correlação mostrou, esses eventos costumam aumentar tanto a quantidade quanto o volume de hacks.
O salto de 2020 para 2021, o momento equivalente do ciclo em que nos encontramos agora de 2024 para 2025, foi o maior da história, com o volume quase quintuplicando e a quantidade quase duplicando. Podemos estimar o volume e a quantidade baseado neste salto, ajustando as diferenças com fatores multiplicativos.
Se fecharmos o ano atual com cerca de US$ 3 bilhões em hacks, cenário-base baseado em como estamos até agora, um aumento equivalente ao de 2021 representaria uma cifra de cerca de US$ 12 bilhões desviados em 2025.
Sem dúvida podemos aplicar um desconto na cifra final devido a melhorias nas boas práticas de segurança e maior padronização de contratos e aplicações nos últimos anos, mas igualmente, novos problemas surgiram no cenário atual que não eram presentes anteriormente, principalmente o uso de AI como possível ferramenta facilitadora de golpes e o onboarding de novos usuários no mundo da web3, que não estarão preparados para este tipo de ataque.
Conclusão
Baseado nesses argumentos, vamos considerar um desconto final de 15% na extrapolação linear para indicarmos nossa previsão final de que, em 2025, serão desviados aproximadamente US$ 10 bilhões em hacks e exploits.
Quanto aos principais alvos, acredito que se manterão como as principais categorias as aplicações de DeFi e serviços centralizados, pois estas tendem a atrair quantidade massiva de capital, que torna o trabalho dos atacantes mais viável do ponto de vista operacional.
Porém, acreditamos também que devam aumentar as ocorrências de ataques do tipo phishing e engenharia social nas carteiras privadas e aplicações menores, por isso recomendamos que tomem muito cuidado em suas negociações, principalmente on-chain, realizando a devida diligência.
Resumo da tese: Em 2025, serão desviados aproximadamente US$ 10 bilhões em hacks e exploits. Um crescimento de mais de 3x o valor de 2024.
ETF de Solana aprovado nos EUA em 2025?
Introdução
A aprovação dos ETFs à vista de BTC e ETH nos EUA injetou não só capital, mas também ânimo nas principais gestoras mundiais em produtos do nosso mercado. Em um dos lançamentos mais bem sucedidos da história, o IBIT, da BlackRock, sozinho já captou mais de US$33 bilhões nestes últimos 11 meses.
Isso sem contar com Fidelity, Franklin Templeton, ARK e muitas outras. A pergunta natural que surge após essas aprovações é: qual o próximo ativo que vai cruzar a fronteira para as Finanças Tradicionais? Algumas gestoras já se adiantaram nos pedidos, tentando captar parte deste movimento.
Tivemos a VanEck, por exemplo, apresentando um pedido à SEC para o primeiro ETF de Solana nos EUA (VanEck Solana Trust), que será listado na Cboe BZX Exchange, caso seja aprovado.
Esse movimento da VanEck demonstra a crescente confiança na Solana, que está sendo cada vez mais vista como uma “commodity digital” valiosa, semelhante ao Bitcoin e ao Ethereum.
A Bitwise, uma gestora importante de ativos em criptoativos, também recentemente protocolou um pedido para um ETF de XRP (Bitwise XRP Trust) junto à SEC, após a aprovação de ETFs de Bitcoin e Ethereum. Um segundo pedido foi feito pela Canary Capital, que propôs um trust similar de XRP, destacando o interesse no ativo.
Mas a grande questão que fica é se esses pedidos serão atendidos e o produto criado, ou se haverá alguma barreira contra esses produtos. Vamos explorar alguns argumentos a favor e contra essa possibilidade.
Argumentos pró-ETF
- Estruturas Financeiras Semelhantes: A estrutura de Solana (SOL) é bastante parecida com a do Ethereum (ETH), funcionando como uma plataforma descentralizada de smart contracts e transações com staking. Dado que ETFs de ETH já foram aprovados, há uma lógica em considerar esse novo produto, pois, assim como ETH, ele possui um ecossistema robusto e uma utilidade comparável. Assim, se o Ethereum já é tratado como um ativo adequado para ETFs, a Solana poderia ser vista sob a mesma ótica.
- Interesse nos ETFs de Bitcoin: O sucesso de ETFs de Bitcoin no mercado, que atraíram bilhões em investimentos, demonstra um interesse substancial de investidores por ETFs de criptoativos. Isso poderia indicar que há uma demanda significativa por produtos financeiros baseados em criptomoedas, o que dá suporte à inclusão de novos ativos como SOL e XRP no mercado de ETFs.
- Busca pela Inovação: ETFs de criptoativos podem ser um caminho importante para que os EUA permaneçam na liderança da inovação financeira. ETFs com base em ativos como SOL e XRP refletiriam o compromisso de facilitar o acesso a novas tecnologias financeiras e manter a competitividade do país como líder em inovações no setor de ativos digitais.
- EUA como Vanguarda Tecnológica: Historicamente, os Estados Unidos têm se posicionado como líderes globais em tecnologias financeiras. A aprovação de novos ETFs de criptoativos reforçaria essa imagem e permitiria que o país se destacasse em relação a outros mercados, como o canadense, onde ETFs de cripto já estão disponíveis. Manter esse papel de liderança exige uma postura regulatória aberta à adaptação e inovação.
- Eventual regulação menos agressiva contra criptoativos: Com a eleição de Donald Trump para a presidência e a maioria republicana nas duas casas, é mais provável que tenhamos novas leis e lideranças nas autarquias regulatórias que sejam mais cripto friendly e favoreçam novos produtos deste tipo.
Argumentos contra o ETF
Histórico de Negociações Futuros: BTC e ETH têm uma maior história de negociação em mercados de futuros, que fornecem dados sobre volatilidade e comportamento do ativo. Por terem maior volume de dados, facilita a análise de riscos para os reguladores, diferentemente de criptos como SOL ou XRP, que ainda não possuem esse histórico.
Desempenho dos ETFs de ETH: ETFs de Ethereum lançados nos EUA têm registrado um desempenho abaixo das expectativas, em parte devido à ausência de componentes de staking, que afetam o potencial de rentabilidade dos investidores. Esse desempenho ruim poderia ser um fator para gestoras e reguladores considerarem cuidadosamente a aprovação de novos ETFs cripto, temendo respectivamente baixa demanda e impacto negativo no mercado.
Perspectivas para 2025
À primeira vista, parece que os motivos favoráveis são maiores que os desfavoráveis, os americanos costumam levar muito a sério a questão da vanguarda tecnológica, pois sabem muito bem que só chegaram onde estão devido a mesma.
A comunidade cripto também é muito vocal e está cada vez mais poderosa nos EUA, com inúmeros empresários do segmento fazendo lobby, realizando doações e participando ativamente das campanhas. E o resultado veio, além de Trump, foram eleitos 278 congressistas e 20 senadores pró-cripto no país.
Um outro fator relevante é se a BlackRock vai entrar na lista dos requerentes do ETF ou não. A gestora é conhecida por praticamente nunca ter tido um pedido de ETF rejeitado pela autarquia regulatória, além de todo o seu poderio econômico e político que está até mesmo aquém da nossa compreensão.
Inclusive, um dos grandes fatores para a aprovação dos ETFs de ETH no final deste ano, foi o pedido por parte desta gestora em específico. Por enquanto eles ainda não se movimentaram abertamente quanto a um pedido de ETF de SOL ou XRP, mas acredito que ao longo do final deste ano e início do próximo, poderemos sim ver um pedido de ETF de SOL pelo menos, por parte da gestora.
Não acreditamos que o fato de SOL e XRP não possuírem negociação em futuros seja eliminatório para a aprovação de seus ETFs, bem como o desempenho negativo dos ETFs de ETH podem ser associados a falta de staking no produto, bem como um interesse inicial maior em BTC (devido a bitcoin season) e acreditamos que a situação possa se inverter durante uma eventual altseason neste bull market de 2025.
Por fim, avaliando todos os pontos supracitados e com base nos atuais pedidos e no cenário regulatório dos Estados Unidos, estamos otimistas e com fortes perspectivas para que seja aprovado em 2025 pelo menos um ETF à vista de Solana nos EUA.
Resumo da tese: Em 2025, pelo menos um ETF de Solana a vista será aprovado para negociação nos EUA.
2025 será o ano do mobile em cripto?
Introdução
É inegável que o mundo está cada vez se tornando mais mobile. Dados como o gráfico de evolução do percentual de usuários acessando a internet por meio dos telefones celulares mostram que mais de 60% do tráfego atual é feito por meio dos aparelhos portáteis, contra apenas 28% há dez anos atrás.
Mas surgem iniciativas também dentro do nosso mercado, como o Solana Saga, lançado em abril de 2023. Suas recompensas por meio de airdrops geraram uma forte procura e mostraram o sucesso deste segmento, evidenciando a necessidade dentro de um mercado originalmente focado em computadores, GPUs e ASICS.
Sua principal concorrente, Ethereum, está um passo atrás, mas ainda assim está entrando lentamente no mundo , principalmente através de seu projeto de sistema operacional EthOS. Exploraremos mais sobre as iniciativas destes dois blockchains nos próximos capítulos.
Iniciativas existentes
Entre os destaques, a Solana tem se consolidado como uma das pioneiras no setor, investindo fortemente em dispositivos móveis dedicados ao ecossistema blockchain.
Após o sucesso inicial dos Solana Saga I e II, que, como dito, atraíram grande atenção por sua integração com Web3 e seus airdrops, a empresa expandiu sua linha de dispositivos com o novo lançamento do Solana Seeker, um dispositivo projetado para intensificar a experiência dos usuários em blockchaine jogos de metaverso, além de custar menos que seu antecessor.
Apesar de ainda incipientes e com problemas a serem resolvidos (preço mais alto que o de mercado, poucos Apps, poucos usuários), a iniciativa mobile da Solana Labs vem crescendo e atraindo cada vez mais usuários e principalmente desenvolvedores, e esse será nosso próximo foco deste estudo.
Solana Mobile Stack
“Quase 7 bilhões de pessoas usam smartphones em todo o mundo e mais de 100 milhões de pessoas possuem ativos digitais – e ambos esses números continuarão a crescer. O Saga estabelece um novo padrão para a experiência web3 no mobile”.
Anatoly Yakovenko, cofundador da Solana
O primeiro passo claro dado pelo protocolo e seus desenvolvedores para atingir esse mercado foi o lançamento da Solana Mobile Stack (SMS), também conhecida como Solana Mobile SDK, que é uma coleção de ferramentas e bibliotecas desenvolvidas pela Solana Labs para facilitar o desenvolvimento e a utilização de aplicativos Web3 em dispositivos móveis.
A SMS foi criada para aproveitar a infraestrutura da blockchain Solana e proporcionar uma experiência completa de Web3 diretamente em smartphones, permitindo a gestão segura de ativos digitais, interações com aplicativos dApps e transações com NFTs e tokens fungíveis.
Seus principais componentes são:
Seed Vault: O Seed Vault é uma solução de segurança para proteger chaves privadas, frases de recuperação e outros dados sensíveis. Ele usa um Elemento Seguro (Secure Element), que é isolado do sistema operacional principal e de aplicativos, para garantir que informações confidenciais fiquem seguras contra ameaças externas.
Mobile Wallet Adapter: Este componente permite que aplicativos descentralizados (dApps) interajam diretamente com carteiras móveis, facilitando o login, a assinatura de transações e outras operações blockchain. O Mobile Wallet Adapter é uma API aberta e independente de plataforma, o que significa que ele pode ser integrado a diversos dispositivos móveis e sistemas operacionais.
Solana dApp Store: Uma loja de aplicativos descentralizados específica para o ecossistema Solana, onde os usuários podem acessar, instalar e interagir com dApps. A Solana dApp Store oferece uma plataforma para desenvolvedores distribuírem seus aplicativos sem as restrições comuns das lojas de aplicativos tradicionais, como taxas e censura, incentivando a inovação e o crescimento do ecossistema Solana. Atualmente conta com cerca de 250 dApps.
Solana Pay: Um sistema de pagamentos que permite transações diretas de pessoa para pessoa e de consumidor para empresa usando a blockchain Solana. Com o Solana Pay, os usuários podem realizar pagamentos rápidos e com baixas taxas diretamente do dispositivo móvel, o que facilita a adoção de criptomoedas no dia a dia.
Naturalmente, estes pilares estão em diferentes graus de desenvolvimento, alguns já bem desenvolvidos, como o Seed Vault, e outros que precisam de mais tempo para crescer, como a quantidade de aplicativos na dApp Store e o número de usuários do Solana Pay.
O principal foco então é dar as ferramentas corretas e possibilidades para que venham os desenvolvedores – os empreendedores dos blockchains – e criem cada vez mais aplicações e casos de uso que fortalecem o efeito rede do ecossistema.
Vamos agora avaliar a iniciativa de sua concorrente, o Ethereum:
O ethOS é um sistema operacional móvel desenvolvido pela Status em parceria com a Ethereum Foundation, com o objetivo de criar uma experiência Web3 completa e nativa em dispositivos móveis.
Ele permite que usuários e desenvolvedores interajam diretamente com o Ethereum e com aplicativos descentralizados (dApps) de forma segura, transparente e sem depender de plataformas centralizadas.
Principais Componentes e Funcionalidades do ethOS
Carteira Integrada: O ethOS vem com uma carteira Ethereum embutida, o que permite que os usuários armazenem, enviem e recebam ativos digitais diretamente no dispositivo. A carteira integrada possibilita a assinatura de transações, acesso a tokens ERC-20, NFTs e suporte completo para interações com contratos inteligentes.
Ambiente de Desenvolvimento para dApps: O ethOS oferece um ambiente otimizado para desenvolvedores construírem e testarem dApps diretamente na plataforma. Esse ambiente é especialmente voltado para dApps da rede Ethereum, permitindo integração nativa com as bibliotecas e ferramentas do ecossistema, como Web3.js e Ethers.js.
Segurança Baseada em Blockchain: A segurança é uma prioridade no ethOS. O sistema é projetado para minimizar o armazenamento de dados sensíveis fora da blockchain e usa tecnologia de segurança avançada para proteger chaves privadas e dados pessoais dos usuários. Isso inclui isolamentos de segurança para dados críticos, muito similar ao conceito de Seed Vault que abordamos anteriormente.
Identidade Digital Descentralizada (DID): O sistema é projetado para O ethOS inclui funcionalidades de Identidade Digital Descentralizada, permitindo que os usuários mantenham e verifiquem sua identidade na blockchain de forma autônoma. Isso facilita o login e a verificação de identidade em aplicativos descentralizados, sem a necessidade de intermediários.
Status Network e Mensagens Criptografadas: Um diferencial importante do ethOS é sua integração com a Status Network, que permite mensagens seguras e privadas entre usuários por meio de criptografia de ponta a ponta. Com isso, o ethOS facilita a comunicação segura e privada, promovendo a colaboração e o uso de dApps de forma interativa.
dApps no Ethereum: O Ethereum não possui uma loja específica para aplicações mobile, como na Solana, mas é possível achá las nos principais agregadores de dApps do ecossistema.
Apesar da descrição promissora, na realidade, o ethOS recebeu bem menos aclamação do que suas contrapartes na Solana, primeiro porque não ocorreu um hype da comunidade como um todo em torno do projeto (como ocorreu com a Solana), não houve um onboarding forte de usuários por meio de airdrops, e o fato de que não existe uma dApp Store apenas focada em aplicações mobile.
Conclusão
A Solana Mobile Stack (SMS) e o ethOS representam os primeiros passos do universo Web3 no segmento mobile, ambas as soluções são projetadas para facilitar o acesso à Web3, acelerando a adoção da tecnologia blockchain no dia a dia. Sem dúvidas outros blockchains também se aventurarão neste nicho, pois é um mercado muito amplo para ser ignorado.
Essa expansão móvel não apenas simplifica o acesso, mas também possibilita o crescimento de um público global interessado em dApps, NFTs e pagamentos digitais. Com a crescente demanda por soluções descentralizadas e a facilidade de acesso proporcionada por essas plataformas móveis, espera-se que, até 2025, ao menos 100 milhões de novos usuários adotem a Web3.
Resumo da tese: Em 2025, 100 milhões de novos usuários serão onboardados por meio de interações mobile no blockchain. Devido a impossibilidade de rastrearmos as fontes de interação com o blockchain, a meta será medida com base na diferença entre a quantidade de novos endereços nas redes da Solana e Ethereum, frente a uma extrapolação linear do crescimento em 2024.
2025 será o ano da altseason?
Introdução
A primeira tese mencionada neste relatório, cujo conteúdo defende a visão de que o BTC atingirá os US$ 200 mil em 2025, nos permite também elaborar uma previsão consistente do crescimento que o segmento de altcoins pode vislumbrar para o ano em questão.
Essa leitura só é possível graças ao comportamento cíclico do mercado, cujo histórico nos demonstra uma probabilidade acentuada dos criptoativos alternativos ganharem dominância no mercado em 2025, ou seja, capturarem altas ainda mais expressivas do que o próprio Bitcoin.
Qual é o motivo desse comportamento?
O motivo desse comportamento, por sua vez, não é de difícil compreensão. Nesse sentido, o ano subsequente ao halving do Bitcoin é caracterizado pelo descobrimento constante de novas altas históricas por parte da principal criptomoeda.
Isso, por conseguinte, alimenta o apetite de risco dentro da indústria cripto, uma vez que diversos agentes já acumularam quantias significativas de lucro, buscando nas altcoins novas oportunidades de multiplicação de capital.
Dessa forma, o fluxo dos lucros obtidos no bitcoin tendem a fluir para os criptoativos alternativos, proporcionando retornos atrativos na classe, o que catalisa a acentuação desse movimento.
Além disso, é preciso ressaltar, que o período de novas altas históricas do bitcoin também coincide historicamente com o aumento de novos entrantes no mercado, estes que são atraídos pelos altos retornos.
Por fim, essa combinação de novos entrantes com a rotação de lucro para as altcoins, aumenta a ganância da indústria e favorece que os criptoativos alternativos aumentem sua dominância na capitalização de mercado. Dito isso, uma vez entendido as causas gerais por trás da onda de valorização que deve ocorrer nas altcoins em 2025, podemos focar no ponto principal da tese.
Qual é o potencial das altcoins no ciclo?
Primeiramente, é preciso reforçar o impacto da queda da dominância do BTC para a valorização das altcoins.
Como é possível observar nos gráficos destacados acima, as valorizações mais acentuadas das altcoins ocorrem quando a dominância do BTC entra em uma tendência de baixa, movimento apelidado de altseason (temporada das altcoins) pela comunidade cripto.
Desse modo, tal evento é caracterizado pela possibilidade de ganhos expressivos em um curto espaço de tempo. Todavia, como é possível observar no gráfico de histórico de dominância do BTC, a magnitude da queda dessa dominância provou ser menos expressiva no ciclo de 2021 do que no ciclo de 2017.
Nesse viés, essa observação é valiosa na fase prospectiva, pois nos fornece parâmetros do que seria uma abordagem conservadora. Desse modo, em nossa perspectiva, uma estimativa conservadora da capitalização de mercado das altcoins em 2025 deve levar em conta uma queda da dominância do BTC menos acentuada se comparada aos ciclos anteriores.
Sob esse âmbito, chegamos ao número de 44% como um patamar conservador de projeção de queda de dominância do BTC para 2025, uma vez que nos ciclos anteriores foi possível observar uma mínima da métrica em torno de 40%. Dessa maneira, consideramos que nosso modelo incorpora uma margem de segurança considerável.
Por fim, a junção das variáveis preço do BTC em 2025 com sua respectiva dominância, torna possível a estimativa da capitalização de mercado das altcoins. Em resumo, ao considerar o preço de US$ 200 mil por unidade de bitcoin, chegamos a uma capitalização de mercado em torno de US$ 4 trilhões para a principal criptomoeda em 2025.
Ademais, tendo em mente uma dominância mínima de 44% para o mesmo ano em questão, é possível concluir que a capitalização total do mercado será de US$ 9,09 trilhões. As altcoins, por sua vez, correspondem a 56% do montante total, o que nos leva a uma capitalização de mercado potencial de cerca de US$ 5,09 trilhões para a classe.
Conclusão
Portanto a projeção de US$5,09 trilhões da capitalização de mercado das altcoins em 2025, implica em um potencial de valorização de 639%, considerando o período do qual esse relatório foi construído. Desse modo, nosso modelo revela uma grande assimetria existente nas altcoins.
Todavia, o ciclo de alta atual nos mostrou a importância da diligência na composição de portfólio, uma vez que a valorização das altcoins não é uniforme, sendo possível coexistir em um mesmo período determinadas altcoins que multipliquem de valor rapidamente, enquanto outras possam até mesmo deixar de existir.
Pensando nesse dilema de se expor a uma classe com grande potencial de retorno, porém com alta complexidade de escolha de projetos com propostas de valor sólidas, nós desenvolvemos a cesta inteligente de altcoins. A composição dessa cesta é efetuada pela equipe de research, que se dedica integralmente a encontrar ativos assimétricos e bem fundamentados.
Resumo da tese: Em 2025, a capitalização de mercado das altcoins alcançará US$ 5,09 trilhões, propiciando uma altseason com retornos expressivos para projetos bem fundamentados.
Tether será uma das maiores detentoras dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos
Introdução
As stablecoins já provaram ser uma das classes de ativos mais importantes da indústria, exercendo o papel crucial de viabilizar a transição das moedas fiduciárias para os demais criptoativos.
Dessa forma, a capitalização de mercado desse setor está diretamente relacionada com o avanço da adoção das criptomoedas. Nesse sentido, existem diversas análises proveitosas de serem feitas tendo as stablecoins como foco central, como acompanhar a capitalização de mercado de ativos como USDT e USDC para antecipar, ou mesmo confirmar, tendências de entrada de liquidez no mercado.
No entanto, o tamanho alcançado pela classe das stablecoins, especialmente no caso da USDT, faz com que as mesmas já possuam dimensões expressivas no contexto macroeconômico internacional.
Sob esse âmbito, o exemplo mais claro dessa grande influência no cenário macroeconômico será o alvo desta tese. O lastro da stablecoin USDT, emitida pela Tether, é em sua grande maioria formado por títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Desse modo, iremos primeiramente entender qual é o tamanho atual da exposição da Tether a essa classe de ativos, e em seguida iremos prospectar em que magnitude sua relevância será acrescida até o final de 2025.
Posição equivalente a grandes nações
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar a exposição relevante que a emissora Tether possui nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os dados divulgados referente ao primeiro trimestre de 2024, revelaram uma exposição de US$94 bilhões na classe de ativos, tornando-a a décima nona maior detentora naquele momento, tendo em consideração o ranking de nações estrangeiras. Isso a colocou à frente de importantes países, como a Alemanha e México.
Qual é o potencial para 2025?
A projeção da exposição da Tether aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos em 2025, levará em conta três pontos principais, sendo estes: a projeção da capitalização total do mercado cripto para 2025 (apresentada na tese de número 9), a relação entre o aumento da capitalização do mercado cripto e do próprio USDT, e, por fim, o lastro dessa oferta circulante.
Inicialmente, devemos recordar do montante de US$9,09 trilhões estimados para a capitalização total do mercado cripto em 2025. Dessa forma, tendo em vista o tamanho atual de cerca de US$3,7 trilhões, estamos falando de uma adição próxima a US$5,39 trilhões no período em questão.
A projeção da exposição da Tether aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos em 2025, levará em conta três pontos principais, sendo estes: a projeção da capitalização total do mercado cripto para 2025 (apresentada na tese de número 9), a relação entre o aumento da capitalização do mercado cripto e do próprio USDT, e, por fim, o lastro dessa oferta circulante.
Inicialmente, devemos recordar do montante de US$ 9,09 trilhões estimados para a capitalização total do mercado cripto em 2025. Dessa forma, tendo em vista o tamanho atual de cerca de US$ 3,7 trilhões, estamos falando de uma adição próxima a US$ 5,39 trilhões no período em questão.
Além disso, é necessário conferir a relação histórica de aumento da capitalização do mercado cripto como um todo, com a ampliação desta mesma métrica na stablecoin USDT.
Pensando nisso, demos ênfase em dois períodos, de abril de 2020 até novembro de 2021 (momento de grande expansão do último ciclo de alta), e de dezembro de 2022 até novembro de 2024 (recorte do fim da queda acentuada do bear market até o período presente da análise).
O resultado dessa análise nos faz identificar que do intervalo de abril de 2020 até novembro de 2021, foram adicionados US$ 2,83 trilhões na capitalização de mercado total do mercado cripto, enquanto que no mesmo período a oferta circulante de USDT aumentou em US$7 5,89 bilhões.
Dessa forma, chegamos em um razão de 2,9% do aumento da capitalização total do mercado que foi absorvida pelo USDT nesta mesma métrica. No período de dezembro de 2022 até novembro de 2024, por sua vez, registrou-se uma adição de US$1,46 trilhões na capitalização de mercado total da indústria cripto, enquanto que ocorreu um aumento de US$ 54,11 bilhões da oferta circulante de USDT. Isso nos leva a uma razão de 3,7%.
A maior razão identificada no segundo período em destaque, é fruto da conquista de uma maior fatia de mercado da Tether no segmento de stablecoins, além de aplicações cada vez mais variadas da classe de ativos.
Dito isso, visando gerar uma prospecção mais conservadora, utilizaremos uma proporção de 3% para a capacidade de absorção da Tether em relação ao aumento previsto para a capitalização total do mercado cripto para 2025, dado que parte dessa dominância obtida no atual ciclo de alta pode ser em alguma magnitude enfraquecida.
Por fim, é preciso demonstrar o percentual que iremos considerar da oferta circulante de USDT que será lastreada em títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Dito isso, encontramos no histórico mais recente uma proporção de 94%, mas visando possuir uma abordagem mais conservadora iremos considerar 90%, dado a possibilidade de aumento da fração das reservas em BTC ou demais ativos.
Conclusão
Partindo desses pressupostos, podemos chegar à projeção de fato. Tendo em vista a adição de US$ 5,39 trilhões endereçada para 2025, e a estimativa de absorção de 3% desse montante em forma de novos USDTs circulantes, chegamos a um valor de US$ 161,7 bilhões a serem emitidos pela Tether, resultando em um montante final de US$ 296,7 bilhões.
Por conseguinte, essa capitalização de US$ 296,7 bilhões será em parte lastreada por títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Desse modo, assumindo os 90% da reserva sob essa espécie de ativo, chegamos a uma estimativa de US$ 267,03 bilhões de exposição.
Portanto, considerando os US$ 267,03 bilhões projetados para 2025, e tendo em mente a atual lista de maiores nações estrangeiras detentoras de título do Tesouro dos Estados Unidos, é plausível concluir que Tether se encontrará, ao menos, na posição equivalente a décima segunda nação estrangeira com maior exposição aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Isso a coloca uma posição à frente da Índia. Em síntese, a emissora Tether terá um papel mais importante no financiamento da dívida americana do que países como Noruega, Brasil, e até mesmo a própria Índia, e até mesmo o próprio Brasil.
Dito isso, uma empresa nativa do meio cripto tende a alcançar uma enorme relevância no contexto macroeconômico, reforçando o novo patamar de maturidade e interesse institucional que a indústria de criptoativos têm alcançado no atual ciclo de alta.
Resumo da tese: Em 2025, a Tether será, ao menos, a décima segunda maior detentora de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, levando em consideração o ranking de exposição das nações estrangeiras.